INDÚSTRIA II: Novo tributo é rechaçado, mas redução de impostos é bem recebida
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Lideranças empresariais elogiam a intenção do governo de reduzir impostos presente na nova política industrial, como a desoneração da folha de salários, mas rechaçam a ideia de se colocar outro tributo no lugar, para financiar perdas de recursos da Previdência. Há também quem veja timidez nas medidas, pedindo mais ousadia num momento em que o câmbio valorizado causa estragos na competitividade da industrial.
Brasil Maior - Na edição desta terça-feira (12/07), o Valor antecipou o teor do pacote de ajuda ao setor industrial, que poderá se chamar Brasil Maior. Entre as principais medidas, haverá novos incentivos fiscais para segmentos que passam por um esvaziamento da cadeia produtiva e a uma desoneração da folha de salários, de implementação gradual e, tudo indica, para todos os setores.
Falta de ousadia - O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, diz que reduções de impostos são bem vindas e estão na direção correta, mas vê falta de ousadia por parte do governo. "Há uma timidez muito grande para tomar providências que, em tese, podem resultar em perda de receitas." Barbato considera "relevante" a redução dos encargos salariais, mas diz que zerar a contribuição patronal em quatro anos é um prazo longo demais. Para ele, é fundamental que sejam adotadas medidas para diminuir custos da indústria, para compensar os prejuízos causados pelo real valorizado. "Permitiram uma valorização do câmbio que expôs a indústria de transformação de modo absurdo."
Ataque - O líder empresarial ataca a ideia de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou um aumento da alíquota da Cofins para compensar perdas de arrecadação da Previdência, que deve ser causada pela desoneração da folha de salários. "A indústria não suporta mais custos", diz ele, para quem, se houver aumento de impostos, não devem recair sobre a indústria. (Valor Econômico)