INFORME PECUÁRIO: Boletim mostra comportamento do mercado de carnes e leite

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1. Mercado - Carne Bovina

1.1. Mercado Externo

Segundo dados informados pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), no mês de agosto, foram exportados ao exterior 72,6 mil toneladas de carne bovina in natura, volume que correspondeu a US$ 256,7 milhões. Em relação ao mês de julho foi registrado 7,56% de queda na receita, enquanto o volume apresentou queda de 11,57%, com leve recuperação de 4,49% no preço por tonelada.

Com relação a valores no acumulado de 2009, a receita atingiu US$ 1,893,7 milhões, e o volume de 609,5 mil toneladas, na comparação com a receita e o volume registrados durante o mesmo período de 2008, a queda foi de 30,32% e 14,36%, respectivamente. A avaliação dos dados é apresentada na tabela 01.

Tabela 01. Resultados das exportações brasileiras de carne bovina in natura (2009/2008).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

ago /jul      ago

 

Acumulado

jan - ago

Variação (%)

 

jul/09

ago/09

ago/08

 

2009

09/08

 

2009

2008

09/08

Volume

(mil ton)

 

82,1

72,6

96,1

 

-11,57

-24,45

 

609,5

711,7

-14,36

Valor

(milhões US$)

 

277,7

256,7

417,1

 

-7,56

-38,46

 

1.893,7

2.717,6

-30,32

US$/ton

 

3.382

3.537

4.341

 

4,59

-18,52

 

3.107

3.818

-18,63

Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

1.2. Mercado Interno

As negociações do boi gordo no mercado interno seguiram em ritmo lento durante o mês de agosto, com os frigoríficos pressionando os preços e os pecuaristas segurando seus lotes. Segundo análises do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 76,96 por arroba, com desvalorização de 1,50% no final do mês. Com variação negativa de 1,99%, o preço da arroba com prazo de 30 dias, foi de R$ 77,94 por arroba. O indicador a prazo registra recuo acumulado de 3,42% no mês de agosto. No Paraná, segundo dados do Sindicarne (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados), a média do boi gordo no mês de agosto ficou em 75,50 R$ por arroba, uma redução de 1,95 % em relação ao mês anterior.

1.3. Produção

Os frigoríficos podem deixar de abater até 11 milhões de cabeças de gado em um ano se for mantido o atual nível de ociosidade nas fábricas. É o que mostra um levantamento da Scot Consultoria. Mas a empresa destaca que o setor tende a aumentar o ritmo de produção neste segundo semestre. Os analistas fizeram a pesquisa com os maiores frigoríficos do Brasil. Foram avaliadas 97 unidades em 12 Estados. O levantamento envolveu 16 empresas, incluindo as que interromperam as atividades. A capacidade somada é de abater mais de 86 mil cabeças por dia, o que, em um ano, corresponderia a 25 milhões de cabeças. O nível médio de ociosidade está em 45%. De acordo com a Scot Consultoria, isso significa deixar de abater em um ano 11 milhões de cabeças. Mas os pesquisadores ressaltam que, ao contrário do primeiro semestre, o que ocorre agora é uma reabertura de fábricas. A utilização de unidades do Quatro Marcos pelo JBS, por exemplo, poderia reduzir esse nível de ociosidade para 41%, aumentando o abate. Ainda de acordo com a Scot, a capacidade ociosa média dos frigoríficos cai para 27% quando consideradas apenas as empresas em operação. O índice é menor que na entressafra do ano passado, quando estava entre 35% e 40%. Nesse caso, a amostra se restringe a 69 fábricas. (Fonte: Scot Consultoria e Agronotícias)

2. Mercado - Carne Suína

2.1. Mercado Externo

As exportações de carne suína in natura em agosto de 2009 somaram US$ 91,2 milhões, de acordo com dados do MDIC, sendo que na comparação com o mês anterior ocorreu uma retração de 13,38%. O volume exportado de carne suína foi de 39,9 mil toneladas, sendo este volume 5,45% inferior ao mês anterior e 5,23% menor que o resultado obtido em 2008. Os preços por tonelada também recuaram em relação a julho, sofrendo uma retração de 8,66%, atingindo o valor de 1.977 US$/ton (tabela 02).

Tabela 02. Resultados das exportações brasileiras de carne suína in natura (2009/2008).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

ago /jul      ago

 

Acumulado

jan - ago

Variação (%)

 

jul/09

ago/09

ago/08

 

2009

09/08

 

2009

2008

09/08

Volume

(mil ton)

 

42,2

39,9

42,1

 

-5,45

-5,23

 

341,5

336,7

1,43

Valor

(milhões US$)

 

91,2

79,0

137,1

 

-13,38

-42,38

 

702,2

958,1

-26,71

US$/ton

 

2.164

1.977

3.260

 

-8,66

-39,36

 

2.056

2.846

-27,74

Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

2.2. Mercado Interno    

A redução da oferta de animais com peso ideal para o abate fez com que os preços do suíno vivo e da carne voltassem a subir no mês de agosto. Segundo pesquisas do Cepea, no mês anterior as negociações estavam sendo feitas com preços baixos, o que não ocorreu nesse mês, onde a estabilidade da demanda associada uma redução da oferta elevou os preços.

No entanto, os aumentos ocorridos poderão ser interrompidos a partir de setembro com a exoneração do pagamento de ICMS para suínos, para os estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. O objetivo principal desta mediada é ajudar suinocultores no escoamento da produção para outros estados. Porém, esta medida perde força à medida que os Estados adotam igualdade de condições, de forma que seus produtores não sejam prejudicados por medidas adotadas em outras regiões.

2.3. Produção

A Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC), unidade descentralizada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), lança na Expointer 2009, que ocorre de 29 de agosto a 6 de setembro, em Esteio (RS), a cartilha que orientará sobre as principais medidas de prevenção à Gripe A na produção de suínos. O documento apresenta as principais recomendações de biosseguridade para reduzir os riscos de transmissão do novo vírus da Influenza A/H1N1 entre pessoas e suínos. O material é voltado, especialmente, para produtores de suínos, porém contempla também recomendações para técnicos, médicos veterinários, extensionistas, transportadores de ração e outros profissionais que têm relação com as propriedades que criam suínos.

3. Mercado - Carne de Frango

3.1. Mercado Externo

No mês de agosto as exportações de carne de frango in natura registram resultado negativo em relação ao mês anterior. Os números mostram que nesse mês as exportações somaram US$ 409,5 milhões, resultado 8,68% menor que julho. Com relação ao volume o resultado foi 9,45% de queda quando comparado com mês anterior e 11,86% menor que o mesmo período de 2008. Os preços médios de exportação tiveram queda de 19,56% quando avaliado a média no acumulado dos últimos oito meses. (tabela 03)

Tabela 03. Resultados das exportações brasileiras de carne de frango in natura (2009/2008).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

ago /jul      ago

 

Acumulado

jan - ago

Variação (%)

 

jul/09

ago/09

ago/08

 

2009

09/08

 

2009

2008

09/08

Volume

(mil ton)

 

288,8

261,5

296,7

 

-9,45

-11,86

 

2.179,1

2.248,4

-3,08

Valor

(milhões US$)

 

448,4

409,5

605,4

 

-8,68

-32,36

 

3.109

3.988,1

-22,04

US$/ton

 

1.553

1.566

2.041

 

0,81

-23,29

 

1.427

1.774

-19,56

Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

3.2. Mercado Interno    

Os dados da Apinco (Associação dos Produtores de Pinto de Corte) indicam que a produção de pintos de corte somou 500,3 milhões de cabeças em julho, 5,1% mais do que no mesmo mês do ano passado, período que antecedeu a crise financeira mundial. Alojamento maior, mercado interno sem reação no consumo, demanda menor em alguns países para os quais o Brasil exporta e câmbio cada vez mais desfavorável estão tirando renda de todos os segmentos envolvidos nessa cadeia: produtores, indústrias e exportadores. Essa oferta maior e sem correspondência da demanda fez com que o quilo da ave viva recuasse. De acordo com dados da Secretária da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB), no mês de agosto, o preço médio recebido pelos produtores no Paraná, para frango vivo foi de 1,62 R$/kg, queda de 5,26 % em relação ao mês anterior.

3.3. Produção  

De acordo com levantamento da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (SEAB), cada vez mais produtores rurais estão se dedicando à produção de frango de forma integrada, isto é, com subsídio das indústrias avícolas no Paraná. Em agosto do ano 2000, havia 5.810 aviários cadastrados pela SEAB no estado; hoje eles somam 11.465, o que representa um aumento de 50,6% no período. O número de granjas dobrou em menos de uma década, impulsionado pelo boom da avicultura no Paraná. Hoje, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), o estado é o principal produtor nacional de frango de corte, com a produção de 707.528.816 cabeças de frango no acumulado janeiro-julho de 2009. No ano passado, foram produzidas 1.222.123.962 cabeças de frango no período de janeiro a dezembro de 2008.

4. Mercado - Leite

4.1. Mercado Externo

As exportações de lácteos brasileiras somaram US$ 12,7 milhões, no mês de julho, 6,72% a mais do que o mês anterior. No valor médio por tonelada se observou um aumento de 8,42%. Contudo em relação ao mesmo período de 2008 a retração foi de 75,95%, indicando uma grande queda nas exportações. Em relação ao volume ocorreu uma queda de 1,72% na comparação com o mês de junho e de 60,69% em relação a 2008.

Tabela 04. Resultados das exportações brasileiras de lácteos (2009/2008).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

 jul /jun       jul

 

Acumulado

jan - jul

Variação (%)

 

jun/09

jul/09

jul/08

 

2009

09/08

 

2009

2008

09/08

Volume

(mil ton)

 

5,8

5,7

14,5

 

-1,72

-60,69

 

45,3

81,8

-44,62

Valor

(milhões US$)

 

11,9

12,7

52,8

 

6,72

-75,95

 

110,1

291,0

-62,16

US$/ton

 

2.032

2.203

3.622

 

8,42

-39,18

 

2.430

3.557

-31,68

Fonte: MDIC, 2009. Elaboração: Ocepar/Getec, 2009.

4.2. Mercado Interno

A produção de leite aumentou 2,4% em julho, segundo o Índice de Captação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. O volume extra em relação à oferta de junho, no entanto, não pressionou as cotações na média geral das regiões acompanhadas pelo Centro. O preço bruto do leite ao produtor em agosto - produto entregue em julho - foi de R$ 0,7743/litro na média de sete estados pesquisados pelo Cepea (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA). Esse valor representa ligeiro aumento de 0,32% sobre o pagamento de julho. Nos três meses anteriores, houve reajustes de 6%, 7% e 9% respectivamente. (Fonte: Cepea)  

4.3. Produção  

Na produção, é comum existir a retomada do volume nesta época do ano devido à suplementação que continua sendo oferecida ao rebanho da região Centro-Sul e também pelo fato de a produção gaúcha ser favorecida nesta época pelas pastagens de inverno. Além disso, os preços firmes no primeiro semestre - por conta da entressafra e da disputa entre laticínios - estimularam os investimentos em alimentação do gado por parte dos pecuaristas e o resultado é uma produção maior. A oferta nacional, normalmente, se mantém crescente até dezembro.

Na parcial deste ano, no entanto, o volume captado está 6% menor que o do mesmo período do ano passado. Pesquisadores do Cepea explicam que isso reflete o forte aumento da produção no segundo semestre de 2007 e primeiro de 2008, quando o preço do leite ao produtor e também a relação de troca por alimentos (milho e farelo de soja) estiveram bastante atrativos. Já se a comparação do volume dos sete meses de 2009 for feita com igual período de 2007, constata-se aumento de 14,19%, o que representaria margem de crescimento por volta de 7% ao ano.

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