INSUMOS: China eleva tarifas de fertilizantes e pode prejudicar Brasil

A China aplicou tarifas pesadas nesta quinta-feira (17/04) sobre as exportações de fertilizantes, em uma tentativa de controlar a inflação e os custos agrícolas em ascensão no país, além de garantir o cultivo de uma quantidade suficiente de grãos para alimentar uma população de 1,3 bilhão de pessoas. A decisão pode atingir países como o Brasil, que importa boa parte dos fertilizantes que utiliza na agricultura. As taxas sobre as exportações de fertilizantes terão um incremento de 100 pontos percentuais, variando entre 100 e 135%, de 20 de abril até 30 de setembro.

Reflexos no mercado mundial - A imposição de tarifas deve amenizar os gastos internos, mas pode elevar os preços do insumo no mercado mundial, que depende da oferta chinesa. A decisão da China acompanha uma série de intervenções protecionistas executadas por diversos fornecedores globais de commodities e que se configuram em movimentos que, ao invés de segurarem os preços, podem acabar levando a novas altas. A China está se empenhando para produzir milho e trigo suficientes para alimentar a população, especialmente os habitantes de áreas urbanas. O país teme que os custos altos com fertilizantes, combustível e mão-de-obra desencorajem os produtores a semearem grãos, impulsionando conseqüentemente os preços das rações utilizadas por criadores de animais, alimentando a inflação. No primeiro trimestre, a inflação do país somou 8,3%, acréscimo superior à meta do governo chinês para esse ano. (Invertia)