INVESTIMENTOS: Ministro Paulo Bernardo recebe propostas da Ocepar
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Durante um café da manhã nesta segunda-feira (17/04), em Curitiba, o ministro Paulo Bernardo discutiu com o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski algumas propostas de investimentos a médio e longo prazo para as cooperativas agropecuárias. Participaram do encontro ainda o presidente da Fecomércio, Darci Piana e o superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken. Três foram as propostas apresentadas por Koslovski ao ministro, que se mostrou bastante interessado em conhece-las com maior profundidade: Programa de Infra-Estrutura e Desenvolvimento Agroindustrial (Prodepar); renegociações das dívidas com o Banco do Brasil e Programa de Captação de Recursos Externos.
Ministro - O ministro disse que o encontro foi bastante produtivo porque a diretoria da Ocepar levou a seu conhecimento questões de interesse do cooperativismo, do agronegócio e do País de maneira geral. “Tratamos do conjunto de medidas para dar um alívio para o agronegócio, particularmente a prorrogação das dívidas do setor agrícola, que viraram um problema grande para o agricultor, pois houve perdas, seca, problemas de mercado”, comentou Bernardo. Sobre o endividamento, o ministro adiantou que está sendo preparada uma reunião do Conselho Monetário Nacional. “Já foi inclusive anunciada pelo presidente Lula, onde vamos fazer a prorrogação dessas dívidas”, completou.
Produção valorizada - “Além disso, conheci detalhes de um projeto muito ambicioso do setor cooperativista do Paraná, de verticalizar ainda mais a produção, agregando valor. Para isso seria necessário um apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) através de crédito, semelhante ao programa de financiamento das cooperativas, o Prodecoop. Eu me comprometi com o João Paulo a marcar uma reunião com o BNDES e a diretoria da Ocepar para tratarmos disso. O governo federal tem interesse, porque isso significa garantir maior estabilidade para o setor produtivo”, disse.
Mais recursos - Também foi discutida, durante a reunião, a alternativa de captação de recursos no mercado internacional. “Quero discutir essa idéia com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e até com o presidente, e passar isso até com juros mais baratos ao produtor rural”, explicou Paulo Bernardo. “Tratamos ainda de um assunto localizado, porém importante, que é sobre a Federação das Cooperativas (Fecoopar), que está em fase final de tramitação no Ministério do Trabalho e eu me comprometi a falar com o ministro do Trabalho (Luiz Marinho) para agilizar isso”.
Motor da economia - “O setor do agronegócio é um dos motores da economia. Tem sido assim nos últimos vinte, trinta anos, e vai continuar sendo. É claro que existem problemas conjunturais, pontuais, que precisam ser tratados. A seca, o encarecimento dos insumos em relação ao preço dos produtos no mercado internacional, tudo isso tem que ser tratado. E estamos atuando pra resolver isso. Tem épocas que o agronegócio tem uma lucratividade muito maior em função dos mesmos fatores, modificados”, analisou. “Agora temos que ajudar, dar fôlego para o produtor, mas também traçar um planejamento e adotar medidas que sejam capazes de dar uma estabilidade maior ao segmento no médio e longo prazo. Essas duas alternativas, tanto o financiamento para verticalizar a produção pelo BNDES quanto a captação de recursos internacionais mais baratos, são medidas que apontam para uma saída de longo prazo”.
Desenvolvimento em pauta - Para o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, o encontro foi extremamente positivo. “O ministro tem uma praticidade muito grande e discutimos assuntos sumamente importantes para o desenvolvimento do cooperativismo e do próprio Estado do Paraná, entre eles a questão do programa que nós temos de investimentos no processo de infra-estrutura e agroindustrialização. Temos um levantamento feito junto às cooperativas dentro de um planejamento estratégico, onde está prevista a aplicação de R$ 3,47 bilhões até 2010 em programas agroindustriais. Iremos ao BNDES para discutir esse programa”, afirmou Koslovski, lembrando que o ministro Paulo Bernardo tem sido um grande aliado do cooperativismo.
Prodepar – O Programa de Infra-Estrutura e Desenvolvimento Agroindustrial para as Cooperativas Paranaenses, que está sendo chamado de Prodepar e que foi elaborado pela Ocepar, tem como objetivo principal, melhorar as condições de infra-estrutura do setor primário e incrementar a competitividade do complexo agroindustrial das cooperativas, potencializando a agroindustrialização, visando o aumento das exportações e a modernização dos sistemas produtivos e de comercialização, permitindo a agregação de valores, a geração de empregos e o aumento da renda dos produtores e das cooperativas paranaenses. Identificar e criar mecanismos e instrumentos de apoio direto e indireto às cooperativas para investimento e desenvolvimento do agronegócio, visando à verticalização nos setores produtivos. Atrair tecnologia de âmbito mundial, visando aumentar a inovação e desenvolvimento tecnológico das cooperativas. Agregar valor à produção primária.Ampliar a pauta de produtos para exportação e os mercados de destino das exportações brasileiras.
Metas – Com o Prodepar, pretende-se gerar 20 mil novos empregos diretos e mais 7 mil indiretos. Realização de 25 mil eventos de capacitação/treinamento para funcionários, dirigentes e cooperados. Aumento de 26 mil novos produtores associados. Aumento da produção das cooperativas em 3.720.000 toneladas. Aplicação de R$ 160 milhões em projetos ambientais. Investimento de R$ 40 milhões em projetos sociais. Aumento das exportações de produtos de valor agregado, em 50%. Desenvolvimento de pólos agroindustriais regionais voltados a atender a vocações específicas e contribuir para o desenvolvimento regional. Fomentar a reconversão de atividades dos produtores, criando alternativas para a produção e comercialização de frutas, olerícolas e produtos orgânicos e outros. Ampliar e modernizar armazéns, terminais de embarque portuário e máquinas de beneficiamento de cereais e de sementes.