IPEA: Ocupação no setor de serviços cresceu 25,2% de 2004 a 2015

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ipea 05 07 2021O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, na quinta-feira (01/07), o número 3 da edição nº 50 da revista Pesquisa e Planejamento Econômico (PPE). A publicação é composta por sete artigos inéditos, entre eles um sobre o mercado de trabalho no setor de serviços no Brasil, que, no período de 2004 a 2015, identificou melhoria nas condições de trabalho na área, mas esta não se traduziu em crescimento semelhante para a produtividade. Neste período, houve uma evolução favorável, com criação de empregos, redução da informalidade e aumento da contribuição previdenciária. Além disso, houve aumento dos salários e do nível de escolaridade da população ocupada no período de crescimento econômico no país, mas, quando a economia entrou em recessão, no final do período, houve retrocesso em alguns indicadores.

Setor terciário - O estudo mostrou que o pessoal ocupado do setor terciário passou de 49,2 milhões em 2004 para 61,6 milhões em 2015, o que representou um crescimento acumulado de 25,2%. Sobre a produtividade agregada do setor, houve pequeno aumento de 7,5% no período analisado, sendo que os resultados passaram a registrar queda a partir de 2013. A contribuição previdenciária da categoria passou de 57%, em 2004, para 70,5%, em 2015. O nível de escolaridade aumentou em todos os segmentos, com destaque para os serviços domésticos, em que o percentual de trabalhadores com ensino médio completo passou de 11,4%, em 2014, para 24,5%, em 2015. No quesito remuneração, houve aumento de 34,8%, no período de 2004 a 2015 em todos os segmentos.

Motoristas de táxi - Outro artigo faz uma análise da oferta de trabalho de motoristas de táxi no Brasil, com base em dados da Pnad Contínua do primeiro trimestre de 2012 (quando a análise começou a ser feita pelo IBGE) ao primeiro trimestre de 2014, quando os aplicativos de carona compartilhada entraram em alguns municípios. Os pesquisadores testaram as horas trabalhadas e os salários desses profissionais e concluíram que eles utilizam algum rendimento de referência nas suas decisões de ofertar trabalho, uma vez que possuem uma curva de aprendizados que permite prever os rendimentos e realizar uma escolha melhor da sua quantidade de horas trabalhadas. E esse comportamento, associado à legislação vigente, pode gerar um racionamento na oferta de serviço de transporte urbano de passageiros.

Perfil - Os pesquisadores analisaram uma amostra com 10.942 motoristas de táxi e traçaram o perfil desse profissional: 94,12% são homens, a maioria é chefe de família (69,63%) e trabalha há mais de dois anos na atividade (81,99%). O salário médio é de R$ 1.507,60 e eles trabalham, em média, 45 horas semanais. O estudo mostrou que os homens trabalham cerca de 30% mais horas que as mulheres e os motoristas que trabalham nas capitais estaduais trabalham cerca de 24% de horas a mais que os que estão no interior.

Temas variados - Para o coordenador da revista PPE, Maurício Cortez Reis, a publicação, criada em 1971, é uma fonte rica dos mais variados temas e está disponível em versão digital. "Alguns assuntos ainda são pouco explorados na literatura e os estudos publicados fornecem insights para os interessados em temas específicos da economia brasileira", comentou.

Artigos inéditos - Além dos estudos citados acima, a edição atual da revista PPE apresenta outros artigos inéditos sobre os seguintes temas: expectativas de inflação, metas percebidas pelos agentes e credibilidade das autoridades monetárias; impactos de bem-estar da privatização de infraestrutura; como a tributação afeta a inflação brasileira; elites políticas, ideologia e gasto público nas pequenas cidades brasileiras e estrutura produtiva e distribuição interpessoal de renda no estado da Bahia. (Assessoria de Imprensa do Ipea)

Acesse aqui o número 3 da edição nº 50 da revista PPE

 

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