JUROS: Copom atribui corte menor de juro à aceleração da economia

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O atual cenário da economia brasileira e as incertezas quanto aos efeitos da política monetária sobre ela fizeram com que o Banco Central reduzisse o ritmo de corte da taxa básica de juros, a Selic. “A maioria dos membros do Copom ressaltou que as informações sobre o cenário macroeconômico disponíveis nesse momento justificam uma redução de ritmo de flexibilização”, diz a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). Na semana passada, a Selic caiu de 13,25% ao ano para 13%. Nas cinco reuniões anteriores, o corte foi de 0,5 ponto percentual. A decisão não foi unânime. Dos membros do Copom, cinco votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual e três pela queda de 0,5 ponto. De acordo com o documento, o comitê decidiu agir com 'parcimônia' com o objetivo de preservar as conquistas alcanças por meio do controle da inflação, como o crescimento econômico, a geração de empregos e o aumento da renda real. Além disso, alerta para pressões isoladas sobre os preços em um momento de aquecimento da economia. 'Um conjunto de pressões de preços, a princípio isoladas e transitórias, atinge a economia em um momento em que a demanda doméstica se expande a taxas robustas. Nesse ambiente, cabe a política monetária manter-se especialmente vigilante para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais curto se propague para horizontes mais longos', diz a ata.

PIB - Os dados divulgados até o momento pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) não mostram uma forte recuperação da economia. O PIB (Produto Interno Bruto) deve ter crescido cerca de 2,8% no ano passado, segundo estimativas de mercado. Se confirmada, essa seria a segunda menor taxa da América Latina - maior apenas que a do Haiti. As pressões de preços observadas derivam do aumento do preço de alimentos e itens administrados, como as tarifas de transportes públicos. Esses aumentos já se refletiram na inflação, mas o Copom não descarta que os indicadores que serão divulgados nas próximas semanas ainda captem esses reajustes, mas sem uma 'contaminação para horizontes mais longos'. Antes da reunião, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) apresentou alta de 0,52% em janeiro, contra 0,35% no mês anterior. O principal motivo dessa aceleração foi o reajuste das tarifas de transporte público. Na terça-feira, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) informou que o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) de janeiro foi de 0,50%, contra 0,32% de dezembro.

Exacerbação - O Copom avisa na ata que em caso de exacerbação de risco irá adequar a política monetária às novas circunstâncias. Na avaliação do comitê, as reduções dos juros feitas desde setembro de 2005 ainda não se refletiram na economia e por isso a redução no ritmo é justificada, uma vez que esses efeitos também terão efeito sobre a economia em 2008. 'Essa ponderação se torna ainda mais relevante quando se leva em conta os sinais de demanda aquecida, as pressões sobre a inflação no curto prazo e que as decisões de política monetária passarão a ter impactos concentrados no segundo semestre de 2007 e, progressivamente, em 2008.' (Folhaonline)

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