LAR: Cooperativa desenvolve projeto inédito com apoio da Itaipu
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A Cooperativa Lar irá implantar em sua unidade de produção de aves, localizada em Matelândia, na região Oeste do Paraná, um projeto pioneiro que une a produção de energia a partir de resíduos da atividade industrial ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no Protocolo de Kioto. A Lar está investindo R$ 400 mil e deverá receber outros R$ 600 mil da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão de fomento de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia. A Itaipu Binacional é parceria do projeto, prestando assistência técnica e fazendo a articulação institucional com outras empresas, como a Companhia Paranaense de Energia (Copel), por exemplo. O frigorífico da Lar constituirá mais uma unidade de demonstração da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, que tem como objetivo estimular o aproveitamento de fontes renováveis, especialmente a biomassa residual das atividades agropecuárias, na região Oeste do Paraná.
Biodigestor - Com a instalação de um biodigestor, para onde serão canalizados os dejetos da produção de aves, será produzido biogás (formado quase que totalmente de metano) que será utilizado para movimentar um motogerador e assim produzir energia elétrica. O sistema deverá produzir 0,4 mil megawatt/hora por mês, cerca de 20% das necessidades energéticas dessa planta industrial e o suficiente para abastecer a infra-estrutura durante o horário de ponta (entre as 18 e 21 horas, quando as tarifas para o consumidor industrial são bem mais caras). "Queremos também ter uma receita extra com o excedente de energia que venderemos para a Copel", informa Ansberto Passo, engenheiro químico da Lar e um dos responsáveis pelo projeto. Ele ainda não sabe precisar as receitas que devem ser geradas com o investimento, mas prevê que o retorno financeiro deve ocorrer dentro de aproximadamente seis anos.
Poluição - Como o gás metano é um dos principais causadores do Efeito Estufa e é 21 vezes mais poluente que o gás carbônico, o processo de retirada do gás metano da atmosfera em implantação pela Lar é passível de ser enquadrado no MDL, do Protocolo de Kioto. O MDL possibilita o comércio de créditos de carbono. Empresas (principalmente européias e de outras economias desenvolvidas) que precisam reduzir suas emissões podem adquirir esses créditos, dando viabilidade financeira a projetos como o da Lar. No caso, os créditos da Lar serão comprados pela Zero Emissions, do grupo espanhol Abengoa.
Rendimento - Segundo o superintendente de Energias Renováveis da Itaipu, Cícero Bley, o projeto da Lar deverá gerar cerca de 20 mil créditos de carbono por ano, o que significa uma receita anual de aproximadamente 360 mil euros. "Isso representa uma linha de negócios absolutamente nova para o setor agropecuário", afirma Bley. "Com esse projeto, pretendemos aprofundar as pesquisas sobre o aproveitamento da biomassa para gerar energia", completa. As outras unidades de demonstração da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis são a Granja Colombari (produção de suínos, em São Miguel do Iguaçu), a unidade de suínos da Cooperativa Lar (em Itaipulândia), a fazenda Star Milk (produção de leite, em Vera Cruz do Oeste) e a Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde (em Foz do Iguaçu). (Imprensa Itaipu)