LAR I: Trigo, o governo conseguiu piorar o que já estava ruim

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O presidente da cooperativa Lar, com sede em Medianeira, no Oeste do Paraná, Irineo da Costa Rodrigues, considerou extremamente negativa a redução de 10% no preço mínimo do trigo, anunciada pelo governo federal no mês de junho e que entra em vigor nessa safra. "O que já estava ruim, o governo conseguiu piorar. Ele não pode mudar a regra no meio do jogo. O preço mínimo foi reduzido quando o produtor tinha tomado a decisão não só de plantar, ele já tinha plantado o trigo", afirmou nesta quinta-feira (08/07), durante sua visita ao presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, em Curitiba. "O produtor de trigo já vinha se sentindo frustrado devido à falta de recursos para praticar o preço mínimo, seja por meio das políticas de AGF (Aquisição do Governo Federal) ou de PEP (Prêmio de Escoamento do Produto). Muito dinheiro da Conab não estava disponível, se encontrava represado", acrescentou.

Redução da área - O presidente da Lar disse que estranhou essa ação do governo federal pois, até então, ele vinha incentivando o cultivo do trigo no País. Para Irineo, os produtores brasileiros tinham condições de aumentar o cultivo até mesmo para diminuir a importação. Agora, a expectativa é de que a área reduza, provocando uma série de conseqüências negativas. "Com certeza, isso vai fazer com que haja uma falta do produto; a dependência de importação será maior; vai encarecer o custo de vida e também a produção do nosso agricultor porque ele usa a sua estrutura e o seu maquinário também para produzir trigo. Os custos do uso desse maquinário serão diluídos, não só por meio da produção de uma lavoura de verão, como também com a de inverno, o que irá aumentar o custo de produção para o triticultor", completou.

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