LEITE: Crescimento da produção brasileira só perde para China e Argentina
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Conforme o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L), o volume de leite captado por laticínios (incluindo cooperativas) em seis estados (75% da produção formal) em julho foi 3,92% maior que o captado em junho. Essa variação ocorreu especialmente pelo crescimento da produção no Rio Grande do Sul e no Paraná. Em Minas Gerais, principal estado produtor, observou-se estabilidade no volume captado, enquanto que em São Paulo, Goiás e na Bahia, a produção diminuiu devido à estiagem prolongada. Nos sete primeiros meses de 2006, portanto, a produção nacional de leite registrou um acréscimo de 2,79% em relação ao mesmo período de 2005. De acordo com Wilson Thiesen, presidente do Sindileite e assessor da diretoria da Ocepar, a produção de leite no Paraná tem crescido em média 6% ao ano. Isso se deve, segundo ele, ao aumento no número de produtores. Essa evolução se verifica até pela necessidade de o produtor ter uma renda mensal fixa para manter a família, o que pode ser conseguido através da produção de leite. Ele defende ainda a construção de estatísticas mais precisas sobre o número e o perfil dos produtores de leite no Estado, para que se possa construir um planejamento estratégico na área. Segundo Thiesen, o excedente na produção previsto para os próximos anos vai acentuar a necessidade de abertura do mercado externo.
Projeções - Caso o comportamento da produção nacional daqui por diante se mantenha igual ao de 2005 – e, portanto o aumento seria de 2,79%, segundo o ICAP-L/Cepea -, o Brasil teria a terceira maior taxa de crescimento dentre os 10 maiores produtores mundial de leite, ficando atrás somente da China, Argentina, segundo estimativas do FAPRI (Instituto de Pesquisa de Políticas para Alimentação e Agricultura - Food and Agricultural Policy Research Institute, da Universidade Estadual de Iowa, nos EUA). De acordo com esta instituição, a oferta de leite na China neste ano deve crescer 16,49% em relação ao volume de 2005 e a da Argentina, 4,53%. Para o Brasil, a Fapri prevê aumento de 2,7%.
Captação estável - Com o aumento da captação em determinadas regiões e queda em outras, a utilização média das indústrias – considerando-se seis Estados, que representam cerca de 75% da produção nacional formal – ficou praticamente estável na casa de 70% da capacidade máxima. Esse percentual é inferior ao observado em julho de 2005, quando 82,6% da capacidade industrial dos laticínios estava sendo utilizada. Pesquisadores do Cepea calculam também a disponibilidade interna de leite formal para os brasileiros. O resultado é um aumento de 1,71% de junho para julho, com 6,84 equivalentes-litros de leite formal por pessoa neste último mês – considerando a população em 186,6 milhões de habitantes. Entretanto, se a comparação for feita com a oferta de julho do ano passado, a disponibilidade de leite formal para cada cidadão brasileiro reduziu 5,33%. (Com informações do Cepea)