LOGÍSTICA: Conab sugere mudar exportação de grãos

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Se depender do Ministério dos Transportes, o escoamento da safra de grãos 2006/07 será mais tranqüilo. Amanhã (19/03) o governo federal detalha, em Brasília, o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), que reúne propostas para reduzir os gargalos logísticos durante o período de comercialização da produção agrícola, a partir de fevereiro de 2007. O “pico” da comercialização ocorre entre março e abril, quando são freqüentes as filas de caminhões que aguardam para descarregar nos principais portos do País.  O Ministério da Defesa também participa das discussões. No mês passado, o diretor de Planejamento e Avaliação de Política de Transporte do ministério, Francisco Luiz, garantiu, durante apresentação da proposta preliminar, que a infra-estrutura para o escoamento da safra teria prioridade no plano, que inclui sugestões de órgãos públicos e da iniciativa privada para o transporte rodoviário, ferroviário, hidroviário e aéreo. Responsável pela execução da política definida pelo Ministério da Agricultura para deslocamento de grãos de regiões produtoras para estados consumidores, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi chamada pelo ministério para apresentar suas sugestões.

Commodities - A Conab defendeu que os ministérios não incentivem, no caso do escoamento da safra agrícola, o uso das saídas tradicionais como os portos de Santos, Paranaguá e Sepetiba. “Esses portos têm que se especializar em exportar e escoar produtos com alto valor agregado. Não tem sentido exportar milho, soja ou algodão por ali”, comentou o assessor da diretoria de gestão de estoques da estatal, Francisco Olavo Batista de Souza. Para ele, os produtos agrícolas têm que ser levados para outros portos, onde a pressão é menor e onde os carregamentos podem fluir melhor. Só assim haveria um barateamento dos custos. “Os portos do Sul e do Sudeste devem escoar produtos em contêineres, produtos acabados e de maior valor agregado”, resumiu.

Melhorias - Nos debates internos no governo, a Conab defendeu melhorias nos portos de Manaus Itaquatiara Santarém; de Belém de Santana, no Macapá; Pecém, no Ceará; Suape, em Pernambuco; e Itaqui, no Maranhão. “É para lá que o governo tem que focar o escoamento da safra brasileira de grãos”, disse, referindo-se ao porto maranhense. Batista de Souza lembrou que a falta de logística freia o desenvolvimento, principalmente do agronegócio. “Os produtores sabem que não vale a pena aumentar a produção porque a logística inviabiliza os investimentos em tecnologia feitos nas fazendas.” Para ele, “toda margem que o produtor consegue com o uso de tecnologia de ponta ele perde quando a carga chega nas estradas”. (O Estado do Paraná).

Conteúdos Relacionados