MANDIOCA: Oferta cai e indústria pensa em importar amido

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A reduzida oferta de mandioca industrial, provocada pelas incessantes chuvas que caem sobre o Paraná desde o segundo semestre do ano passado, sobretudo no Noroeste do Estado - maior região produtora - está provocando importante baixa nos estoques das indústrias de amido / fécula de mandioca. Uma saída para amenizar o problema, apontada por industriais do setor, seria importar o produto. O Presidente da ABAM (Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca), Antonio Donizetti Fadel, relatou, em reunião com associados, que já fez contato com um importador da Tailândia, sendo que a sugestão de importar foi bem vista pela ampla maioria dos presentes, que aguardam agora definições acerca de preços para decidirem se fecham a negociação. A intenção seria comprar, inicialmente, 10 mil toneladas do amido tailandês. Para produzir esse volume de amido as indústrias brasileiras teriam que receber 40 mil toneladas de raiz.

Alternativa - Na análise de Fadel, a importação viria amenizar os problemas atuais da falta de raiz, e funcionaria como estoque regulador do mercado, visto estarem os estoques das indústrias abaixo da demanda. A oferta de raiz está muito aquém do esperado para esta época do ano, devido, principalmente, ao excesso de chuva que tem ocorrido no Paraná e São Paulo, e aos ataques de pragas (cochonilha, mosca branca, bacteriose) em lavouras desses dois Estados e do Mato Grosso do Sul. Para o Presidente do Simp (Sindicato das Indústrias de Mandioca do Paraná), João Eduardo Pasquini, essa importação seria interessante se o produto chegasse ao Brasil imediatamente, pois resolveria o problema atual. Porém, ele lembra que os trâmites burocráticos para se importar demoram de 40 a 50 dias, e, é possível que, quando da chegada do amido importado, o mercado já tenha se regularizado, com a normalização da entrega da raiz nas indústrias e conseqüente abastecimento do mercado.

Preocupação - Para Pasquini, a melhor alternativa seria um esforço no sentido de se utilizar a matéria-prima disponível aqui. "Esperamos que os produtores consigam fornecer a raiz, pois, se a importação se efetivar, poderá haver, no futuro, um excesso de produto no mercado, e os preços, como conseqüência, deverão cair, tanto do amido quanto da raiz, e isso não seria interessante para nenhum dos dois elos da cadeia", diz ele. A maioria dos associados da ABAM presentes à reunião de sexta-feira acredita que assim que o clima se estabilizar os produtores devem reforçar o arranquio da raiz, com vistas a se capitalizar para iniciar o plantio deste ano. (Assessoria de Imprensa Abam)

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