MEIO AMBIENTE I: Para Raska, leis devem conciliar processo produtivo e preservação
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O secretário estadual do Meio Ambiente, Raska Rodrigues, esteve reunido na manhã desta segunda-feira (13/07) com os diretores do Sistema Ocepar, em Curitiba. Na oportunidade, ele falou sobre as suas expectativas em relação às mudanças nas leis ambientais. "As legislações que vierem para colocar o processo produtivo dentro de um marco regulatório que permita a preservação e a conservação nós temos que comemorar porque, aí, nós estaremos trabalhando para construir um futuro", disse.Conjuntura desfavorável - O secretário lembrou que a natureza vem dando sinais que algo deve ser feito para reverter o quadro atual. "A expectativa que eu tenho é que mudanças venham para proteger o nosso agricultor e o nosso cidadão que mora nas cidades porque nós estamos vivendo numa conjuntura muito desfavorável no mundo inteiro. A natureza tem demonstrado diariamente que ela se vinga da agressão que nós fazemos. Portanto, se essas alterações vierem para criar um cenário no futuro de que a gente possa conviver melhor, utilizar melhor a água, o solo, o ar, nós temos sempre que comemorar", ressaltou. "Até porque o agricultor, o industrial tem filhos que vão continuar a sua hereditariedade e vão necessitar de um mundo melhor e, segundo o Órgão das Nações Unidas, já avançamos 25% do cheque especial da natureza. Isso significa que nós não estamos fazendo o nosso dever de casa direito", acrescentou.
Cooperativas - O secretário salientou ainda as ações desenvolvidas pelas cooperativas em relação ao meio ambiente. "Nós vivemos um momento muito rico do ponto de vista da efetividade das soluções ambientais. As cooperativas hoje têm sido parceiras do governo no sentido de construir no campo uma consciência ambiental que coloque a nossa produção, respeitando a legislação ambiental no Paraná e no mundo", afirmou. "Esse é o sentido desde o início do nosso governo em 2003 que era chamar o agricultor para dentro do compromisso ambiental para que ele seja protegido no sentido de ter seu produto com alcance de forma perene no mundo inteiro e isso nós temos conseguido fazer em todos os setores: na avicultura, na suinocultura, no álcool, em toda a produção do campo. E, a partir do momento que essa produção se dá não agredindo o meio ambiente, têm portanto uma segurança muito forte para que nós possamos competir com o que é produzido em outros estados onde não haja o respeito, como o Paraná tem respeitado", complementou.
Reserva Legal - Sobre a Reserva Legal, cuja averbação deve ser feita pelos agricultores até dezembro, de acordo com o decreto federal 6514/2008, o secretário disse que a Secretaria Estadual do Meio Ambiente continua orientando os agricultores a seguir a legislação vigente. "Nós temos atendido à legislação federal e orientado o agricultor à segui-la porque a reserva legal é uma área que se agrega ao patrimônio ambiental de cada produtor e ela pode ser uma ferramenta muito importante no sentido de construir qualidade ambiental na sua propriedade, retendo água, criando uma precipitação ainda maior a partir da evaporação das florestas", disse. "A floresta é uma bomba d'água, de geração de água. A floresta Amazônica é responsável por 50% da pluviometria do estado de São Paulo. Portanto, é importante a gente conhecer essa interatividade que existe entre o meio ambiente e todas as áreas porque no meio ambiente tudo tem a ver com tudo, portanto, a reserva legal tem esse papel", disse.
Debate - Na avaliação do secretário, é importante tentar aumentar a produtividade das áreas já exploradas e combater o desperdício. "O que se discute muito hoje é em relação ao tamanho da reserva legal, se a incorpora ou não com a APP (Área de Preservação Permanente) mas antes da gente discutir isso nós temos muitos deveres de casa a fazer como, por exemplo, produzir mais no mesmo espaço. O Iapar tem orientado os produtores a fazer o programa integração lavoura pecuária que tem dado resultados excelentes. Nós temos também que diminuir o desperdício na produção que é, desde o campo, no transporte, no armazenamento, no consumo. Isso a gente tem que diminuir porque o Paraná é pujante, produz mais de 26% dos grãos do país, mas o país joga fora o equivalente ao que o Paraná produz todo o ano porque 30% do que é produzido é desperdiçado e se a gente produz é 26%, tudo o que a gente produz teoricamente está indo hoje para o lixo e nós temos que fazer esse combate portanto não é o momento de nós discutirmos avanços sobre novas fronteiras e, sim, de aumentar a efetividade e a produtividade das fronteiras produtivas existentes", completou.