MEIO AMBIENTE: Indústrias buscam equilíbrio sustentável

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Dezenas de representantes de indústrias, da Ocepar e do sistema cooperativista estão reunidos no Cietep para a 1ª. Conferência da Indústria Paranaense para o Meio Ambiente, preparatória para a conferência da CNI (Confederação Nacional da Indústria) a ser realizada em junho próximo, em São Paulo. Este evento é uma reação do setor industrial à conferência promovida, recentemente, pelo Ministério do Meio Ambiente, “onde nossos representantes participaram com o corpo mas foram impedidos de participar com a inteligência”, afirmou Roberto Gava, coordenador do Conselho Temático do Meio Ambiente e do Conselho Setorial da Indústria de Base Florestal da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Gava coordenou os trabalhos de discussão realizados previamente a conferência desta terça-feira (24/04).

Temas debatidos – A 1ª. Conferência da Indústria Paranaense para o Meio Ambiente analisou os oito principais temas relacionados com o cumprimento da legislação ambiental: Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente; Áreas protegidas/prioritárias para conservação; Gerenmciamento de resíduos;  Mudanças climáticas; Plano Nacional de Recursos Hídricos; Cobrança pelo uso da água e agências de bacia; Licenciamento ambiental; e Relações institucionais. Os participantes avaliaram um documento que apresenta um posicionamento prévio de grupos de estudo de representantes das indústrias para cada um desses temas e são favoráveis pela sua manutenção, modificação parcial ou substituição integral. O documento que resultará dessas discussões, a serem concluídas até o final desta terça-feira (24/04), será avaliado na 1ª Conferência da Indústria Brasileira para o Meio Ambiente (Cibma), a ser realizada nos dias 13, 14 e 15 de junho, em São Paulo. O posicionamento do Paraná será defendido por delegados eleitos na conferência.

Posicionamento – O documento analisado trouxe um resumo do posicionamento legal e da situação de cada um dos oito temas e, resumidamente, o posicionamento da indústria. No item Reserva Legal e Área de Preservação Permanente estão muitas das principais preocupações do setor industrial. Segundo o posicionamento da indústria, “as modificações realizadas no Código Florestal por meio da MP 2166-67/2001 precisam ser revistas, particularmente no que toca aos critérios de compensação, recomposição e regeneração da cobertura vegetal e à aplicação dos índices de Reserva Legal estabelecidos nesta MP”.  O sistema industrial defende a “flexibilização dos instrumentos de manejo e exploração econômica sustentável da Reserva Legal”. O sistema industrial brasileiro também não está satisfeito com sua representativide no Conselho Nacional do Meio Ambiente, onde apenas 8 dos 107 conselheiros são do setor industrial.

Empecilhos – A busca da adequação ambiental é uma preocupação das indústrias, mostrou o analista técnico da Ocepar, Gustavo Sbrissia. Mas é preciso buscar adequações que não causem nenhum prejuízo ambiental e, por outro lado, ofereçam soluções práticas e de menor custo. Para a engenheira química industrial Dalila Formentini Schmitt, assessora técnica de gestão ambiental da cooperativa C.Vale, a legislação estadual relacionada com a Reserva Legal é muito restritiva, impedindo que agricultores façam a compensação com outras áreas adequadas da mesma bacia hidrográfica. Hoje a compensação está restrita a grupos de municípios, muitas vezes com as mesmas características de solo, o que inviabiliza essa compensação, afirma Dalila. Ela também defende o uso de tecnologias para transformar os resíduos que hoje formam o passivo ambiental em produtos de valor agregado.

Crescimento com sustentabilidade – O representante da Fiep, Roberto Gava, reconhece que as normas ambientais são muito rígidas e que afetam diretamente a produção industrial, mas vê a necessidade das indústrias adequarem com a máxima urgência a produção de forma a reduzirem a percentuais aceitáveis o impacto ambiental. No entanto, a adequação tem que ocorrer dentro de prazos que não inviabilizem as empresas. Esse posicionamento também foi mostrado pelo representante da Ocepar, Gustavo Sbrissia. “O cumprimento da legislação ambiental tem afetado diretamente o desempenho das cooperativas. Estas discussões devem nos permitir achar uma fórmula que busque o equilíbrio entre o social, o ambiental e o econômico. Precisamos resolver o passivo ambiental sem inviabilizar economicamente as cooperativas e as indústrias”, frisou o analista da Gerência Técnica e Econômica da Ocepar.

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