MEIO AMBIENTE: PCH Flor do Sertão desenvolve programa de salvamento da flora e fauna

O projeto de salvamento da flora e fauna da PCH Flor do Sertão, hidrelétrica que está sendo construída na região Oeste de Santa Catarina, teve início em junho deste ano e prosseguirá durante o enchimento do lago, previsto para o final deste mês de novembro. A ação está prevista no Plano Básico Ambiental da Maue Geradora e Fornecedora de Insumos, empresa responsável pelo empreendimento energético que pretende organizar e planejar ações em conjunto com entidades ambientais para amenizar o impacto antes, durante e após o enchimento do reservatório. “Serão desenvolvidas ações específicas visando a adoção de medidas que minimizem os impactos causados pela implantação do empreendimento, relacionados fauna e flora local, reduzindo assim a mortalidade de animais e a extinção de exemplares raros da fauna”, destacou o coordenador geral, Ângelo Batista Triantafyllou. As ações serão desenvolvidas pelas empresas de consultoria ambiental Impacto Assessoria Ambiental Ltda e Van Helden Consultoria Ambiental Ltda., com apoio logístico da empresa Agrimensura Serviços Topográficos Ltda. Atuarão profissionais das áreas de engenharia química, zootecnia, entomologia, biologia e auxiliares.       A equipe de trabalho contratada pela Mauê será acompanhada e auxiliada pela Polícia Militar Ambiental durante a realização dos trabalhos da fauna, flora e ictiofauna durante o enchimento do lago.

Esforço para recuperação - O trabalho de recuperação da flora compreende coleta e salvamento de bromélias e outros exemplares ameaçados de extinção, bem como o replantio dos exemplares coletados em local de igual importância ecológica. Para garantia da diversidade genética local, foram feitas três campanhas de coleta de sementes com início em maio e término em setembro de 2006, em que as sementes coletadas foram encaminhadas para a germinação junto ao laboratório fitossociológico na Unochapecó (parceria Unochapecó/Impacto), para posterior replantio nas proximidades da PCH. Na fauna, os trabalhos com os invertebrados estão sendo desenvolvidos com técnicas de procura aleatória e captura com armadilhas. Com os anfíbios, além da procura aleatória é feita a identificação dos sítios de reprodução. Com os répteis, todos os exemplares de serpentes serão capturados, fotografados, registrados e depositados em coleção científica.

Aves - No caso das aves serão coletados as espécimes já encontradas mortas ou seriamente machucadas em função de acidentes durante o desmatamento e o enchimento, certificado através de laudo técnico veterinário, atestando a não condição de sobrevivência. No monitoramento com redes de neblina, as aves serão fotografadas, medidas, registradas e imediatamente soltas. O monitoramento da avifauna será realizado através das técnicas de visualização direta, captura com redes de neblina, recolhimento de animais mortos e entrevistas com moradores locais.No geral será dada maior ênfase aos mamíferos terrestres. No entanto, todas as espécimes seriamente machucadas e mortas serão destinadas para depósito em coleção científica, em função de possíveis acidentes durante os trabalhos de desmatamento e enchimento do reservatório. O monitoramento de mamíferos será feito com técnicas de visualização direta, registro de vestígios (pegadas, fezes e animais mortos), captura com armadilhas e redes de neblina e entrevistas com moradores.

Hidrelétrica - A PCH Flor do Sertão está sendo construída entre os municípios de Descanso e Flor do Sertão, região Oeste de Santa Catarina. As obras devem concluir-se em outubro de 2006. O empreendimento é sustentado por oito cooperativas catarinenses: Coopercentral Aurora e pela Cooperalfa (Chapecó); Ceraçá (Saudades), Cooper A-1 (Palmitos), CooperItaipu (Pinhalzinho), Copérdia (Concórdia), Coopercampos (Campos Novos) e Cooperativa Auriverde (Cunha Porã) que investem mais de R$ 40 milhões de reais na construção da usina hidrelétrica. A barragem gerará 16,5 MW, potência capaz de abastecer 40.000 residências. Recebeu todas as autorizações para ser concretizado no rio das Antas que tem como afluente o rio Sargento e integra a bacia hidrográfica do rio Uruguai. (MB Comunicação)