MEIO AMBIENTE: Zonta reclama contra excessos ambientais

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O excesso de zelo ambiental foi criticado pelo deputado federal Odacir Zonta, presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), em entrevista ao programa "Palavra Aberta", da TV Câmara, veiculado nesta terça-feira (25/03) pela manhã, e reprisado às 13h e 20h30. Na entrevista, Zonta destacou um tema polêmico que preocupa verdadeiramente o estado de Santa Catarina: a questão ambiental. O parlamentar manifestou-se contra a tentativa de o Ibama e do Ministério do Meio Ambiente de criar mais uma reserva extrativista no estado, agora envolvendo os municípios de Garopaba e Imbituba, e a tentativa de marcar mais duas reservas extrativistas no litoral norte de Santa Catarina.

Cobertura vegetal é de 38% - Segundo Zonta, Santa Catarina tem a melhor distribuição fundiária do país, com 96% dos estabelecimentos agrícolas com menos de 50 hectares. E embora a obrigação de cobertura vegetal nativa (reserva legal) seja de 20%, o estado fez um trabalho exemplar nessa área, passando 17% de área coberta para 38%. O parlamentar observa que todos os ensaios de preservação acontecem a partir de Santa Catarina. "Já temos decretado o Parque Nacional de São Joaquim, que há 40 anos aguarda demarcação e implantação; o Parque das Araucárias, no Município de Ponte Serrada e de Passos Maia; o Parque da Mata Negra, no Município de Abelardo Luz; o Parque da Serra do Tabuleiro, que abrange toda a encosta que dá para o mar. Há também o Gerenciamento Costeiro como medida de precaução. Onde querem delimitar uma reserva extrativista já existe a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca", resume Zonta.

O homem em segundo lugar - Ex-secretário da Agricultura, Zonta sabe das conseqüências de uma decretação como essas. "Em 2001, quando implantamos a produção de camarão em tanques, trazendo água do mar, proibiram o empreendimento com a desculpa de que isso poderia perturbar o sossego da baleia. É um absurdo colocar em primeiro plano os animais e depois o ser humano, o direito à inclusão social", diz. Lembra que também existe a tentativa de demarcar o Campo dos Padres, um corredor ecológico em Santa Catarina, além de o estado ser território de Mata Atlântica até a divisa com a Argentina. "O território só não vai adiante porque a Argentina proíbe, senão teriam decretado também o território argentino como Mata Atlântica", ironiza.

Pelo equilíbrio - "Com todas essas medidas, além dos Termos de Ajustamento de Conduta do Ministério Público de Santa Catarina, os catarinenses, daqui a pouco, não terão mais como produzir, só preservar. Preservar para quem e em memória de quem? Queremos preservar, sim, mas com equilíbrio entre ecologia, meio ambiente e produção. Não entregaremos o modelo ecológico para os ambientalistas desvairados que estão por aí e que não sabem o que é plantar uma árvore, preservar um animal ou a água. Não sabem porque estão muito mais interessados em captar recursos através de ONGs ambientalistas, muitas vezes internacionais, sem aplicá-los onde devem. Eles querem que preservemos para que eles usufruam. Contestamos veementemente a tentativa de demarcar essa reserva extrativista no sul de Santa Catarina", afirmou o deputado. (Imprensa Fecoagro SC)

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