MERCOSUL: Os problemas da integração sulamericana
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Em discurso na abertura dos trabalho de hoje da Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que acontece no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou que alguns dos desafios que o bloco tem de enfrentar são a discussão de assimetrias entre os países, a redução de custos das transações comerciais e o lançamento de um programa de produção de biocombustíveis, segundo informa a Agência Brasil (órgão oficial de imprensa do governo federal). No discurso, Lula destacou a necessidade de que os países do bloco adotem ações mais "concretas e inovadoras". Ele citou como exemplo a parceria do Brasil com a Argentina para a criação de um sistema de pagamento de transações comerciais entre os dois países, com a participação de pequenas e médias empresas. Balanço - O presidente brasileiro fez um balanço de sua administração à frente da presidência temporária do bloco nos últimos seis meses destacando a instalação do Parlamento do Mercosul, o fim da dupla tarifa externa, a aprovação de projetos para o Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (cinco no Paraguai e três no Uruguai), investimentos de US$ 200 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no bloco e a criação de um grupo para estudar a entrada da Bolívia no grupo de países. Busca da união - Lula voltou a pedir a união da América do Sul: "Nem os mais fortes dentre nós serão capazes de resolver sozinhos as contradições em que estão mergulhados nossos países", disse aos chefes de Estado do bloco. "Nunca existiu clima político tão favorável para nossa integração", acrescentou. Participam do encontro os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner; do Uruguai, Tabaré Vasquez; do Paraguai, Nicanor Duarte; da Venezuela, Hugo Chávez, e também dos países associados: Chile, Michelle Bachelet, e Bolívia, Evo Morales. Ao final da reunião, o Paraguai assume a presidência temporária do bloco. Tendência ideológica – Os últimos acontecimentos políticos e econômicos na região causam uma preocupação entre lideranças empresariais diante da provável entrada de novos integrantes no bloco econômico. "A entrada da Venezuela no Mercosul (em julho), se for analisada economicamente, é bem-vinda. Politicamente é que se gera uma certa insegurança", disse o diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, em entrevista à agência de notícias Reuters. "Meu receio é que o Mercosul seja transformado em um bloco ideológico e não econômico. a eventual vinda do Equador e da Bolívia neste momento seria ideológica e não econômica", acrescentou. Para ele, o Brasil, como líder regional, deve dar o exemplo e tomar decisões dizendo "exatamente se o Mercosul é um bloco econômico, um bloco político ou um bloco ideológico", complementou. (UOL Economia) |