MÍDIA: Aumento de recursos para a safra é tema de entrevista
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O superintendente adjunto do Sistema Ocepar, Nelson Costa, concedeu, na manhã desta quinta-feira (26/08), entrevista ao programa Bom Dia Paraná, da Rede Paranaense de Comunicação (RPC). Ele falou, ao vivo, sobre o que representa o aumento de 20% dos recursos do Banco do Brasil, destinados a financiar a safra 2010/11. "São R$ 42 bilhões contra cerca de R$ 34 bilhões da safra passada", ressaltou o apresentador do Bom Dia, Wilson Soler. Costa destacou que a aplicação desse montante deve repercutir positivamente. "Maiores recursos para o financiamento do produtor rural implicam em possibilidade de termos uma produção maior. E, maiores volumes de produtos vão implicar em maior oferta e menores preços para o consumidor e para o mercado em geral", disse ele.
Mais recursos - O superintendente adjunto da Ocepar lembrou, no entanto, que os R$ 42 bilhões referem-se apenas ao total que será repassado por meio do Banco do Brasil, que representa 70% de todo o montante de recursos ofertados para os agricultores. "Os outros 30% são oferecidos pelas cooperativas de crédito e demais agentes. Ao todo, nós vamos ter cerca de R$ 65 bilhões a R$ 70 bilhões, que é o montante que está sendo disponibilizado para os agricultores em todo o país", frisou. "Ocorre que, para fazer uma boa safra, seria preciso o dobro disso - cerca de R$ 150 bilhões - e essa diferença é buscada no mercado, quer com as tradings, onde se financiam os insumos; quer nas cooperativas, que fornecem insumos para que o produtor possa plantar; quer através de financiamentos diretos nos bancos, inclusive no próprio Banco do Brasil", acrescentou.
Fundo de Catástrofe - Na entrevista ao Bom Dia Paraná, Costa também informou que as cooperativas estão orientando os agricultores a escalonar o plantio e recorrer ao seguro rural ou ao Proagro, por causa das previsões de chuvas menos intensas nos próximos meses decorrentes do fenômeno La Niña. "Importante destacar ainda que, nesta quinta-feira, está sendo lançado em Brasília a lei que cria o Fundo de Catástrofe, um fundo aportado pelo governo federal para que, em caso de eventual sinistro ou efeito generalizado como, por exemplo, falta de chuva ou uma geada muito forte, nem a seguradora tenha problema para pagar os produtores, nem os produtores tenham problemas para receber o seguro rural. Esse fundo é importante e nós trabalhamos durante dois anos em Brasília, junto ao Congresso Nacional e ao executivo, para que ele fosse aprovado e finalmente isso está acontecendo", disse.
Trigo - Costa também foi questionado sobre a situação do trigo. Ele afirmou que as perspectivas são positivas nessa safra. "Nós estamos muito felizes nesse momento porque, no ano passado, nós tivemos uma safra muito boa, porém houve chuva na colheita. Esse ano nós já começamos a colher a safra, há uns quinze dias, e é um trigo de excelente qualidade, tão bom quanto o trigo americano, argentino ou europeu". No entanto, fez um apelo às indústrias para que voltem a adquirir o trigo produzido internamente. "Nós estamos muito preocupados, principalmente nessa última semana, porque as indústrias se retiraram do mercado. E o triticultor, nesse momento em que está colhendo, precisa de recursos para comprar óleo diesel para transportar a sua produção e a gente faz, inclusive, um apelo à indústria, que volte ao mercado para comprar o nosso produto. Assim, o agricultor vai poder colher, com mais tranqüilidade, a safra recorde de três milhões de toneladas esperada no Paraná", disse.
Cooperante - Para o presidente da cooperativa Cooperante, com sede no município de Campo do Tenente, Guilherme Grein, que acompanhou a entrevista na manhã desta quinta-feira (26/08), "as afirmações feitas foram bastante pertinentes, em especial sobre as limitações de recursos oficiais para o setor produtivo e que acabam obrigando as cooperativas agropecuárias e de crédito complementarem esses recursos". Guilherme também elogiou a posição corajosa da Ocepar em contestar os números que foram apresentados recentemente pela indústria moageira, em relação a um possível aumento no preço do pão em decorrência de um suposto aumento no trigo em grão pago aos produtores. "Não concordamos com esta manobra feita pelas indústrias moageiras e de panificação, colocar a culpa nos produtores. Além de não comprarem nosso produto, preferindo importar e gerar emprego lá fora, desqualificam nosso produto. Nosso trigo é mais barato e tem qualidade para poder abastecer o mercado externo. Não podemos aceitar que a cadeia do trigo seja desestabilizada com ameaças como essas, qual é a lógica de tudo isso?", pergunta o dirigente.