MILHO: Demanda externa segue aquecida
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A demanda total de milho em 2009 deve crescer 4,1%. De acordo com levantamento da Safras&Mercado, essa alta será impulsionada pelas exportações do cereal brasileiro, que podem ficar próximas a oito milhões de toneladas. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que 1,328 milhões dessas toneladas já alcançaram o mercado internacional só em janeiro.
Receita - Os embarques de milho no primeiro mês do ano geraram uma receita de US$ 234,4 milhões. A média diária de embarques atingiu US$ 11,2 milhões, desempenho 1,1% inferior ao de US$ 11,3 milhões de dezembro. Em dezembro, a receita com embarques de milho ficou em US$ 248,2 milhões. Já o volume total de milho negociado foi quase duas vezes superior à média diária de registrada em dezembro. "O milho brasileiro foi vendido a US$ 20 abaixo do milho americano, por isso a redução da receita em relação a dezembro", argumenta o analista de mercado da Safras, Paulo Molinari.
Alimentação animal - A alimentação animal, que demandou pouco mais de 38 milhões de toneladas de milho no ano passado, não deve exercer pressão sobre a oferta em 2009. A Safras projeta uma variação negativa inferior a 100 mil toneladas no consumo animal, sinalizando estabilidade.
Aves - O setor avícola deverá consumir 22,404 milhões de toneladas de milho, volume 2,6% maior na comparação com 2008. A alta será encenada nos alojamentos de pintos de corte, que demandarão 16,358 milhões de toneladas do grão. A cadeia da suinocultura deverá utilizar outras 12,904 milhões de toneladas este ano, 0,5% menos que as 12,972 milhões de toneladas consumidas em 2008.
Pecuária de Leite - Ainda de acordo com dados da Safras, a pecuária leiteira irá consumir 2,406 milhões de toneladas, ante as 2,427 milhões demandadas no ano passado. Para a indústria moageira, a demanda esperada é de 4,808 milhões de toneladas, queda de 1,6% frente às 4,888 milhões de toneladas registradas no ano anterior.Crise - A estabilidade mantida pela demanda do setor de alimentação animal à revelia da crise que já afeta as exportações de carne tem explicação. "A suinocultura tem produção definida até agosto, não tem como reverter. Com, ou sem crise, o setor vai consumir praticamente a mesma quantidade de 2008", informa Paulo Molinari. No primeiro mês deste ano, a Secex registrou queda de 6,7% nas receitas geradas pelas vendas externas de frango e recuo de 13,1% na cotação da tonelada da carne de porco. O analista de mercado informa também que "a estrutura da produção da avicultura foi ampliada em relação ao ano passado", mas o número de cabeças de frango nos alojamentos deve ficar entre 430 milhões e 460 milhões de cabeças por mês. "Se não fosse a crise seriam 500 milhões de cabeças", calcula Molinari. Segundo ele, para haver queda neste tipo de consumo "tem que haver uma situação de estresse ainda maior no setor carne". (Gazeta Mercantil)