MILHO III: Meta de exportação do país depende de Mato Grosso
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Consenso entre governo e setor produtivo, o Brasil precisa exportar 8 milhões de toneladas de milho neste ano para equilibrar o mercado do cereal. Dois terços dessa meta ficaram para o segundo semestre. As estatísticas mais recentes mostram que esse plano depende essencialmente de Mato Grosso.
Maior produtor - Maior produtor de milho no inverno, o estado do Centro-Oeste espera média de 4,1 mil quilos por hectare. A marca é 1 mil kg/ha inferior à atingida no ano passado. No entanto, como a área cultivada foi ampliada de 1,67 milhão para 2 milhões de hectares, o resultado final deve cair apenas 2%, para 8,2 milhões de toneladas. Assim, o volume a ser escoado é praticamente o mesmo do ano em que a superofeta inundou o mercado. Mato Grosso tem sido a origem de 70% do milho exportado neste ano e espera embarcar pelo menos 5 milhões de toneladas do cereal até dezembro.
Escoamento - O estado vem escoando até 600 mil toneladas por leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - de um teto de 1 milhão de toneladas para todo o país. Nos cinco primeiros leilões, 84% da meta nacional de escoamento foi atingida, com investimento de R$ 311 milhões. Esse valor corresponde a 20% do total que o governo estaria disposto a usar para intervir no mercado do milho.
Produção - Principal destino dos prêmios para escoamento da produção da Conab, Mato Grosso produz cada vez mais milho, apesar de municípios como Sorriso chegarem a pagar ao produtor apenas R$ 6 por saca. O setor reclama que o custo chega ao dobro desse valor.
Preços - Enquanto o sistema de escoamento não der conta da produção, o problema continuará fazendo com que os preços simplesmente empatem com os custos no Paraná. O agricultor Geraldo Kath Sobrinho, que colheu 5,2 mil quilos por hectare em Campo Mourão, diz que vendeu o produto a R$ 13 a saca porque não teve alternativa. "Os empréstimos venceram e se tornou inviável aguardar a alta do preço do milho no mercado." (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)