OMC: Brasil cai em rankings de comércio exterior

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O Brasil caiu nos rankings dos maiores países exportadores e importadores divulgados nesta quarta-feira (11) pela OMC (Organização Mundial do Comércio). Segundo a OMC, o Brasil exportou US$ 137 bilhões em mercadorias em 2006, ocupando a 24ª posição na lista --uma posição a menos do que no ranking do ano anterior. As exportações brasileiras representaram 1,1% do mercado mundial em 2006, o mesmo percentual registrado em 2005. O Brasil tem a mesma fatia do mercado exportador que a Tailândia e a Áustria. No ranking dos países importadores, o Brasil caiu duas posições --da 27ª em 2005 para a 29ª no ano passado. O Brasil representou 0,7% do mercado importador mundial em 2006, com importações de US$ 88 bilhões em bens.

Surpresa no Brasil - O Brasil é o segundo maior exportador e importador de bens da América Latina, atrás apenas do México. Em 2006, o México exportou quase o dobro do valor brasileiro em bens (US$ 250 bilhões) e importou mais de três vezes do que o Brasil (US$ 268 bilhões). A queda brasileira nos rankings surpreendeu a AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), já que 2006 foi considerado um ano bom para as vendas externas do país. Mesmo tendo caído no ranking de exportadores, as vendas externas brasileiras cresceram 16% em 2006, um ponto acima da média mundial de 15%.

Europa - Para o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, a queda do Brasil pode estar relacionada com o bom desempenho das economias européias. "As exportações européias tiveram crescimento também (em 2006). A desvalorização do euro e a valorização do dólar no cenário internacional estimularam indiretamente as exportações da Europa também", disse à BBC Brasil. O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, defendeu a Rodada Doha --de negociações comerciais internacionais para redução de barreiras comerciais em todo o mundo-- como forma de melhorar o desempenho das economias mundiais. "Uma conclusão bem-sucedida da Rodada Doha tem grande potencial para crescimento e alívio da pobreza. Um acordo também garantiria regras de comércio mais relevantes, ajudando a estabelecer uma fundação mais estável e certa para a dinâmica do mercado global de hoje", disse Lamy, em nota divulgada pela OMC.

Comércio mundial deve crescer menos - O comércio mundial deve crescer 6% neste ano, de acordo com previsões divulgadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio) nesta quarta-feira (11). O índice é inferior aos 8% registrados em 2006. Segundo a OMC, a queda do comércio seria um reflexo da desaceleração da economia mundial, que deve crescer 3% em 2007. A OMC baseia essa projeção em números da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O ritmo mais lento da economia mundial seria provocado, entre outros fatores, por uma queda na demanda do mercado interno americano, algo que já foi sentido no segundo semestre de 2006 e no começo deste ano. Além disso, segundo a OMC, a economia da Europa também deve ter um crescimento abaixo da média mundial em 2007. Outro risco apontado pela OMC é o aumento das taxas de juros no mundo, devido à inflação e à percepção de risco de investimentos mais altas.

Efeito duplo no Brasil - As projeções para este ano contrastam com os números do comércio exterior mundial de 2006. O crescimento de 8% no ano passado foi o segundo maior da década, atrás apenas dos 10% de 2004. "A forte performance de 2006 é bem-vinda, particularmente os ganhos feitos pelo mundo em desenvolvimento e pelos países menos desenvolvidos", disse o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, em nota divulgada pela entidade mundial do comércio. "Mas isso precisa ser consolidado. As incertezas que teremos pela frente são um alerta para que nós não percamos vista da necessidade de se reformar a economia mundial." Segundo a OMC, as regiões mais favorecidas em 2006 foram as exportadoras de petróleo, devido ao aumento do preço do produto. (Folha online)

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