OPINIÃO: O homem do campo precisa de atenção

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Por Osmar Dias  (*)

Caminhamos mais uma vez para a colheita de uma safra recorde no Brasil. O clima está ajudando os produtores e a agricultura brasileira é novamente responsável pelo saldo positivo da Balança Comercial. Alcançamos um recorde de R$ 60 bilhões de exportações do setor agrícola acumulados até o mês de fevereiro.

Mas os trabalhadores do campo necessitam de mais atenção do governo federal. São necessárias ações do governo para coibir o custo abusivo dos fertilizantes. Os preços dos adubos aumentaram 50% em menos de um ano. Nesse período a inflação foi menor que 5% e a subida dos preços dos insumos não se justifica.

A agricultura vive um bom momento, depois de três anos de crise, mas o governo não dá a sua contrapartida ao setor produtivo. Com isso, estão tirando dos agricultores a margem de lucro que dará fôlego ao setor, maior capacidade de investimentos, de modernização e de geração de empregos.

Cabe ao governo intervir no setor de fertilizantes para o benefício da agricultura. É necessário impedir a formação de cartéis na comercialização de insumos para que os agricultores possam crescer sem a interferência de atravessadores.

No Senado Federal estamos fazendo a nossa parte para o desenvolvimento da agricultura do Brasil e do Paraná. Já aprovamos na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado o projeto de lei que cria o Fundo de Aval para Proteção ao Crédito Rural, o FAPCR. O agricultor precisa de garantias que compensem seu esforço e o seu trabalho e a aprovação do crédito rural é uma necessidade urgente. Apresentei este projeto que dá segurança ao produtor que poderá prorrogar a sua dívida sem ficar inadimplente. É um instrumento importante que substitui em parte o seguro de safra enquanto o governo não cumpre a sua obrigação de incluir no orçamento os recursos que lastreiem o seguro rural.

Outro ponto importante para o desenvolvimento do setor agrícola é a desoneração de impostos. A Comissão de Agricultura do Senado também já aprovou o projeto pelo fim da cobrança do Imposto Territorial Rural de áreas preservadas. Sou o relator deste projeto que premia a quem preserva e garante também o equilíbrio ambiental. Vou brigar pela aprovação definitiva desta lei, que hoje está na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, da qual faço parte. É hora de o Brasil decidir que não podemos taxar áreas de preservação.

Para que o País continue contando com o bom desempenho do setor agrícola, um dos maiores propulsores da economia brasileira o governo precisa dar mais atenção ao homem do campo.

(*) Osmar Dias, Senador da República

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