OPINIÃO: Seguro agrícola: fator de redução de riscos
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Por José Aroldo Gallassini (*) Mais de cinco mil pessoas entre cooperados, esposas e filhos, participaram das palestras do Programa Coamo de Aperfeiçoamento em Gerenciamento Rural realizadas este mês em todas as unidades da cooperativa. Como resultado desse grande trabalho desenvolvido pela nossa equipe técnica, a partir de outubro mais de 2 mil cooperados estarão implantando este programa em suas propriedades. Desta maneira, a Coamo, que está sempre ao lado da família cooperada, sai na frente mais uma vez, oferecendo mais um benefício significativo, que com o apoio e efetiva participação dos cooperados e familiares, será um instrumento eficaz para gerenciar as atividades da propriedade rural. Dentro do planejamento para o sucesso da nova safra, os cooperados da Coamo se abasteceram de insumos e iniciaram a semeadura da safra de verão pela cultura do milho. A soja que será plantada posteriormente deverá repetir a mesma área da safra anterior. Mas, o que aumentará será o plantio da soja transgênica, com previsão de 50 a 55% da área total da safra paranaense. Em algumas regiões do estado, como o Sudoeste, este índice será bem maior, diferente do Norte Pioneiro, cujo plantio deverá ficar abaixo da média estadual. Não temos bola de cristal para prever como será a próxima safra, mas uma coisa é certa: os preços dos insumos estão mais baixos este ano na ordem de 25 a 30% em relação ao ano passado. Desta forma, esta redução no valor dos insumos aliada ao preço da soja e do milho, garantem a possibilidade de plantio da nova safra. Porém, não devemos esperar por grandes lucros como o verificado nos anos que antecederam a grave crise vivida pelo setor agrícola. Para que a agricultura tenha bons preços é necessário que o governo mude a sua política cambial, em benefício não só da agricultura, mas também de outras setores exportadores como os fabricantes de automóveis, tecidos, calçados, entre outros. Sem dúvida alguma, a Agricultura é setor que mais sofre com a ausência de uma política cambial. O governo sabe da gravidade da situação em função das várias reivindicações efetivas pela classe produtiva brasileira. Vamos continuar lutando para que este quadro se reverta e tenhamos uma política cambial que beneficie o setor produtivo do nosso país. Uma das nossas reivindicações que em parte está sendo atendida nesta safra é a da implantação do seguro agrícola. De forma reiterada, em nossas Reuniões de Campo com os cooperados, apresentamos a importância do seguro como fator de redução dos riscos e instrumento de proteção à nossa atividade. A partir desta safra, as Companhias Seguradoras (Aliança, Mapfre e Brasileira Rural) estão disponibilizando o seguro agrícola aos produtores rurais, com taxas que variam de 1,8% a 2% do valor do orçamento, que é inferior a do Proagro que tem taxa de 2,9%. A Coamo e a Credicoamo estão conveniadas e autorizadas por estas seguradoras a operacionalizar o seguro junto aos seus cooperados. Mais informações podem ser obtidas junto aos Entrepostos da Coamo e PAC´s da Credicoamo. O governo federal está subsidiando 50% do valor do prêmio do seguro agrícola, limitado ao teto de R$ 32 mil por produtor. Os recursos para este subsídio totalizam R$ 42 milhões, visando atender a demanda dos produtores brasileiros. Este montante é considerável se levarmos em conta que nesta safra o seguro agrícola está melhor estruturado e ao encontro das reivindicações do setor agrícola junto ao ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Com a adesão dos produtores ao seguro agrícola, o governo certamente irá aumentar os valores dos subsídios para os próximos anos e, assim, atender toda a demanda. O seguro agrícola tem sido uma das grandes bandeiras defendidas pela Coamo junto ao governo nos últimos anos. O que sempre reivindicamos sempre é a implantação de seguro agrícola verdadeiro, o seguro da produção. Nesta safra, já estamos observando que está havendo uma maior facilidade para a efetividade da contratação do seguro agrícola. Neste contexto, os produtores estão tendo uma nova cultura, a cultura de fazer seguro para evitar possíveis prejuízos em caso de ocorrência de eventos indesejáveis na sua atividade. (*) Engenheiro agrônomo, José Aroldo Gallassini, diretor-presidente da Coamo Agroindustrial Cooperativa (Editorial publicado no Jornal Coamo, edição de setembro de 2006) |