PARANÁ: Abate clandestino chega a 2%
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A cada ano são abatidas 45 mil cabeças de gado de forma clandestina no Paraná. A informação é do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne-PR). Este volume representa 2% de toda a produção do Estado que, por ano, abate 2,228 milhões de cabeças de boi. O superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, Valmir Kowalewski de Souza, alerta que há municípios pequenos do Estado que são abastecidos quase que inteiramente por carne clandestina. Na área de suínos, o índice de clandestinidade é de 3% e representa o abate irregular de 140 mil animais por ano. A produção total do Estado neste segmento é de 4,680 milhões de cabeças por ano.
Inspeção - O economista do Sindicarne-PR, Gustavo Fanaya, disse que os problemas mais comuns no abate de bois são estabelecimentos que têm inspeção municipal (SIM) e vendem carne fora do município em que atuam. Outro aspecto muito freqüente é o animal apresentar problemas e ser encaminhado para um matadouro que não tem inspeção. Dessa forma, a carne é vendida sem o animal passar por análise sanitária. Ao cometer irregularidades, os matadouros correm o risco de fechar e perder a inscrição na inspeção federal (SIF) ou na estadual (SIP). Fanaya explicou que 80% dos abates de bois se concentram nas empresas que têm SIF (o que equivale a 25 matadouros), 15% nas empresas com SIP (50 matadouros), 3% nos matadouros municipais (100 matadouros) e 2% é clandestino.
Fiscalização - Ele explicou que, quando o governo federal autorizou a delegação da inspeção para os Estados e os Estados para os municípios, a maneira de conduzir os abates não mudou. Segundo ele, as empresas que fazem os abates nos municípios continuaram precárias. Fanaya destacou que a legislação é rígida nos quesitos manipulação e comercialização da carne. Ele alertou que boa parte da contaminação da carne acontece no varejo. Os matadouros também são obrigados a abater os animais na presença de um médico veterinário. O Paraná conta hoje com 90% dos matadouros de suínos com inspeção federal (SIF) que totalizam 20 empresas, 4% tem SIP (50 matadouros), 3% têm inspeção municipal (SIM) porcentual que representa 100 matadouros e 3% são clandestinos. A fiscalização das carnes no comércio varejista fica a cargo dos serviços de vigilância sanitária dos municípios e dos Estados. (Folha de Londrina)