PECUÁRIA: Preço do boi deve reagir em dezembro
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O preço do boi gordo no Paraná pode ter uma nova alta até o início de dezembro, esta é a expectativa do setor, depois do período de baixas iniciado no final de outubro pela aumento da oferta. O valor pago pelo boi retornou aos R$ 50 por arroba praticados até junho e considerado historicamente o menor preço alcançado pelo produto desde 1970. Ontem (27/11), a cotação da carne bovina era de R$ 52,00. O setor estava otimista desde o mês de julho, quando o produto chegou a ser vendido a R$ 62,00/arroba. ''O excesso de chuvas registrado na região centro-oeste do Estado, obrigou os produtores de gado confinado a entrar no mercado'', justifica Rubens Ernesto Niederheitmann, coordenador do programa de produção de carne e leite a pasto da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). ''Houve aumento na produção para um consumo estagnado'', completa. O consultor Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP), completa a informação citando que além da chuvas nas regiões produtoras do Paraná, o aumento da oferta foi agravado pela entrega de animais comprados pelos frigoríficos dentro das regras de contrato de boi a termo (venda futura com data de entrega pré-determinada). Tito Rosa afirma que boas reações já estão sendo registradas desde o dia 10 de novembro, por isso a recomendação é para que o produtor espere um pouco mais para vender. Ele destaca que o preço baixo não se restringe ao Paraná. ''O mercado está parado. Há frigoríficos trabalhando com até 50% de sua capacidade, outros que deixaram de realizar abates aos sábados, além de estabelecimentos que decretaram férias coletivas''.
Fórum de pecuária - Outro fator positivo para o mercado, na avaliação do consultor paulista são os esclarecimentos por parte do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Na semana passada, o órgão desmentiu rumores de problemas nas exportações de carne bovina com a Rússia. A CNA garante ampliação das exportações, que realocou, para o Brasil, 80 mil toneladas da cota de fornecedores da União Européia que não conseguiram entregar o produto. O técnico da Faep, Rubens Niederheitmann, lembra que o Estado continua impedido de exportar carne por conta do mal resolvido caso da febre aftosa. Apesar de o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já ter concedido o status de área livre da doença, a responsabilidade da liberação da venda externa é da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). A reunião da entidade só ocorrerá no início de 2007.
Espaço no mercado interno - Já o consultor paulista prefere acreditar que há espaço para o produtor paranaense no mercado interno, ocupando as brechas deixadas pelas regiões que optarem pela exportação. Ele diz, entretanto, que não há como prever os índices de aumento para dezembro. Durante o período de julho a outubro, o mercado, segundo, Tito Rosa registrou a maior reação desde a implantação do plano real, com reajustes médios de 25%. Rondônia registrou a maior média do País, com índice de 44%. (Folha de Londrina)