PESQUISA: Máquina reduz perdas e agiliza colheita de tomate
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A colheita do tomate de mesa ganha aliado em 2007. No segundo semestre do ano estará no mercado a Unimac (Unidade Móvel de Auxílio à Colheita). O maquinário foi desenvolvido por pesquisadores e alunos da Unicamp (Universidade de Campinas), com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). O pesquisador-colaborador Marcos David Ferreira explica que a motivação para a criação da máquina é a perda pós-colheita, ainda muito acentuada na cultura do tomate. “O manuseio intensivo acarreta perda de 30% do fruto no pós-colheita. Com o equipamento, queremos diminuir para 5% a 10%.” O tempo de redução para que o tomate chegue ao mercado é estimado em 70%.
Teste - Maquinários de auxílio mecânico para colheita de frutas e hortaliças são praticamente inexistentes no Brasil. A Unimac é, na verdade, uma das poucas unidades no mundo voltada à colheita de tomate de mesa. “Fui à Austrália, mas a máquina deles apenas recebe o tomate, não processa”, diz. A Unimac entra em teste de campo em maio, quando começa a safra do tomate na região de Mogi Guaçu. O prazo para adaptações é de dois meses e o Centro de Tecnologia e Automação, de Limeira, vai produzir para atender o mercado. O preço de venda ficará entre R$ 200 mil e R$ 300 mil.
Brasil - O tomateiro é a segunda hortaliça mais cultivada no mundo, sendo que em quantidade produzida é superada apenas pela batata. A produção mundial de tomate em 2005 foi de cerca de 125 milhões de toneladas. O Brasil ficou em nono lugar, com a produção de 3,3 milhões de toneladas. São Paulo foi o segundo maior produtor de tomates, com cerca de 700 mil toneladas, das quais 60% foram destinados para o consumo in natura. O tomate para a indústria tem cultivo rasteiro, com colheita única, feita de forma mecanizada. Já o de mesa é cultivado em estacas (estaqueado) e são feitas múltiplas colheitas. A Unimac consiste em uma plataforma móvel de seis metros de largura por 3,60 metros de altura.
Equipamento - O equipamento movimenta-se no campo realizando as operações de colheita, beneficiamento, classificação e embalagem. “O produto fica pronto para ser vendido”, diz o pesquisador Marcos Ferreira. A capacidade do equipamento é estimada em duas toneladas/hora de trabalho. Ela não vai tomar o lugar do colhedor no campo. São necessários 11 homens nas operações. “Para ser viável economicamente, a Unimac terá dez linhas”, diz. O projeto levou quatro anos para ser desenvolvido pela Unicamp. (Página Rural)