PREÇOS FUTUROS I: Julho foi de declínios na BMFBovespa milho já acumula perda em 2009
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Até o encerramento do primeiro semestre, o preço do milho manteve-se em alta na BM&FBovespa, mas o desempenho não se sustentou ao longo do mês de julho. Entre os principais produtos agrícolas negociados na bolsa brasileira, o milho é, agora, o único a não registrar avanço no acumulado de 2009.Negociação - Os contratos de segunda posição de entrega do grão, normalmente os de maior liquidez, encerraram o mês negociados, na média, por R$ 21,68 por saca de 60 quilos, segundo cálculos do Valor Data. Com isso, a queda em julho foi de 9,72%, a maior entre os produtos agrícolas negociados na BM&FBovespa. No acumulado do ano, a queda é de 3,04%.
Fatores - "A falta de interesse por parte dos compradores, somada ao excesso de oferta, continua refletindo no decréscimo dos preços do milho", atestou, em relatório, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea). A análise da entidade tinha como base o desempenho dos preços do produto disponível em Mato Grosso, mas ajuda a explicar o andamento dos contratos futuros do grão.
Açúcar - Desempenho ainda mais sofrível foi o dos contratos de açúcar. Não pelo preço - que encerrou a US$ 19,72 por saca de 60 quilos, na média, uma alta de 4,59%, segundo o Valor Data -, mas pela movimentação. A alta acumulada no mês disse respeito apenas às cotações dos dois primeiros dias do mês, já que depois disso não houve mais negociação de contratos de açúcar, conforme o Valor Data. Por falta de demanda, não há registro de negociação de contratos de etanol no mercado futuro da BM&FBovespa desde janeiro.
Soja - Depois do milho, a soja foi o produto agrícola com a maior baixa na bolsa brasileira em julho. Os contratos de segunda posição de entrega saíram, na média, por US$ 25,52 por saca de 60 quilos, uma baixa de 5,60%. No acumulado do ano, em contrapartida, a oleaginosa manteve-se em alta, de 38,73%.
Chicago - A baixa em julho ocorreu muito por conta da influência exercida pelas cotações da bolsa de Chicago, referência internacional para a formação de preços agrícolas. As boas perspectivas de produção e produtividade nas lavouras americanas, geradas por um clima considerado ideal para o desenvolvimento das plantas, puxaram baixas em Chicago e, na esteira, na bolsa brasileira.
Insuficiente - "A soja se recuperou um pouco na segunda quinzena de julho. Houve relatos de compras chinesas, mas o cenário não foi suficiente para compensar as perdas do início do mês", diz Bernardo Coutinho Souza Lima, sócio e diretor da Souza Lima Corretora.
Café - Também houve recuperação parcial dos preços do café na segunda metade do mês, embora insuficiente para suplantar as baixas da primeira quinzena, segundo Lima. Como na bolsa de Nova York, o café negociado na BM&FBovespa encerrou julho em baixa. O recuo foi de 3,18%, para US$ 136,50 por saca de 60 quilos, na média, segundo o Valor Data.
Boi - Com demanda por carne bovina ainda fraca, o preço do boi gordo caiu em julho. Os contratos foram negociados, na média, por R$ 83,36, uma baixa de 1,07%. Em 2009, o boi gordo sustenta alta, ainda que pequena. O avanço acumulado é de 5,50%. (Valor Econômico)