PUBLICAÇÃO: Livro conta a história da imprensa rural, com destaque para o Sul
- Artigos em destaque na home: Nenhum
{gallery}noticias/2011/Novembro/29/20111129142347/{/gallery}O livro A Imprensa Rural no Brasil, que tem como autor principal o jornalista João Castanho Dias, com a coautoria, para a Região Sul, do jornalista Jorge Reti, ambos com 35 anos de jornalismo agrícola, será lançado nesta quarta-feira (30/11), em São Paulo, às 19h30, na Livraria da Vila, no Shopping Higienópolis.
Conteúdo - A obra - ricamente ilustrada - apresenta cerca de 300 publicações, entre revistas e jornais, atuais e desativadas, além de 40 programas especializados de rádio e 35 de TV. Também traz um pequeno perfil de mais de mil jornalistas que atuam ou já atuaram no segmento, inclusive na imprensa de cooperativas e dos órgãos de extensão rural. São exibidas 320 fotos e imagens, das quais 105 capas de revistas e jornais e algumas peças publicitárias, parte delas do século XIX.
Tradição - Muitos Estados são abordados, embora no capítulo dos veículos agro a ênfase tenha ficado para São Paulo e para os três Estados da Região Sul, reflexo da tradição do setor agrícola. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina trazem vários destaques e fenômenos editoriais próprios à Região, como seus suplementos agrícolas, pequenos jornais locais e a grande importância e profissionalismo da imprensa das cooperativas agrícolas e dos veículos dos órgãos de extensão rural, notadamente da Acarpa/Emater-PR, da Acaresc/Epagri (SC) e da Emater/RS. Tudo isso em jornais, revistas, programas de rádio e de TV.
Revista mais antiga - É de Porto Alegre a revista mais antiga do País publicada por editora comercial e privada. Trata-se de A Granja, iniciada em janeiro de 1945. Também emblemáticas, entre outras, foram duas publicações do cooperativismo gaúcho, o jornal O Interior e a revista Agricultura & Cooperativismo - ligadas à antiga Federação das Cooperativas de Trigo e Soja do Rio Grande do Sul (Fecotrigo) - na época conhecidas em todo o País, tendo como características sua combatividade e linguagem para o produtor gaúcho. O Interior teve importante papel na realização do “Grito do Campo”, em 1984, em Porto Alegre, a maior manifestação de produtores de todos os tempos, com significativa influência na redemocratização do País.
Programa Rural - É ainda do Rio Grande do Sul o primeiro programa rural da televisão brasileira, o Campo e Lavoura, semanal, no ar desde 1975, iniciado pela TV Gaúcha (Rede Brasil Sul de Comunicação-RBS), hoje transmitido por 18 emissoras da rede, no Rio Grande e em Santa Catarina. Além disso, foi no Rio Grande que surge a primeira emissora dirigida só ao agro, o Canal Rural (também da RBS), em 1996. Além do mais, Porto Alegre é a única cidade do País que possui dois suplementos agrícolas, Correio Rural (do Correio do Povo) e Campo e Lavoura (da Zero Hora).
PR e SC - Paraná e Santa Catarina não ficam atrás, com riquíssima história de jornalismo e de comunicação rural e não só com seus jornais (inclusive suplementos agrícolas), revistas, rádios e TVs. Também tiveram e tem grande importância a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), a Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), as cooperativas e os órgãos estaduais de extensão rural. A Ocepar e a Ocesc foram pioneiras em diversas ações de jornalismo e comunicação rural, o mesmo ocorrendo com a Acarpa/Emater-PR e a Acaresc/Epagri, que fizeram uma revolução no interior desses Estados, por meio de suas emissoras e programas de rádio e de televisão.
Caminha - Em nível de Brasil, a história se inicia com o primeiro jornalista rural avant la lettre, isto é antes de existir a palavra jornalista, que foi Pero Vaz de Caminha, cuja primeira matéria, a sua famosa carta, foi censurada, liberada somente três séculos depois. Ou seja, a primeira ação jornalística no Brasil foi censurada. O colonialismo português proibia qualquer escrito com referências às qualidades e riquezas de sua colônia americana, temendo invasões da Holanda, França e Espanha (que chegaram a colonizar parte do Brasil) e da Inglaterra.
Primeira publicação do BR - A primeira publicação agrícola do País foi o Auxiliador da Indústria Nacional, que ao ser lançada, em 1833, no Rio de Janeiro, circulou por quase meio século. “Todavia a grande maioria das primitivas publicações pecava pela vida efêmera, não durando mais de dois anos, devido, sobretudo, ao analfabetismo dos agricultores, com a atividade se consolidando somente na década de 1950”, diz Castanho. Entre os jornalistas citados em perfis específicos e mais detalhados, constam dois que se tornaram personalidades públicas, Franklin Martins e Ana Amélia Lemos. Franklin Martins, editor-chefe do jornal quinzenal “O Indicador Rural” e seu programa agrícola na TV Bandeirantes, foi ministro da Secretaria de Comunicação Social, no Governo Luis Inácio Lula da Silva. Ana Amélia Lemos é atualmente senadora (PP-RS), após carreira no jornalismo agro em Porto Alegre (no início conhecida como “a moça da soja”) e Brasília, na Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS), onde chegou a diretora da sucursal.
Site - Após o dia 18 de dezembro A Imprensa Rural no Brasil, estará à venda no site www.barleus.com.br. Patrocinado pela Vale Fertilizantes, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o livro tem 188 páginas ilustradas, capa dura e formato grande. É da Editora Barleus, que já publicou sete livros ilustrados de histórias setoriais da agricultura brasileira. Mais informações: João Castanho Dias (011) 9601-9181.