RAMO INFRAESTRUTURA: Cooperativas definem demandas e prioridades para o setor

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Representantes das cooperativas paranaenses do ramo infraestrutura estiveram reunidos na manhã desta terça-feira (28/07), na sede da Ocepar, em Curitiba, para discutir as demandas e as prioridades do setor. Também participaram do encontro, o vice-presidente da Infracoop (Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura) e presidente da Cooperativa de Energização e Desenvolvimento Rural da Grande Dourados (Cergrand), Valdir Pimenta da Silva, como representante nacional do ramo, o secretário executivo da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nóbile e o superintendente adjunto do Sistema Ocepar, Nelson Costa.

Ações - Entre as ações definidas na reunião está a realização de um seminário nacional, que deverá ocorrer em agosto, em Brasília, para discutir os principais desafios enfrentados atualmente pelo segmento. De acordo com Valdir Pimenta da Silva, as cooperativas de infraestrutura estão sendo pressionadas a deixar o mercado. "Nós não vamos permitir que as cooperativas sejam liquidadas, como vem ocorrendo. Também estamos nos mobilizando para que o setor seja regulamentado de forma a garantir a sua viabilidade econômica", afirma. "O grande problema é que está ocorrendo omissão por parte da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) no processo de regularização, provocando distorções que vem prejudicando as cooperativas", acrescenta o representante nacional do ramo.

Pleito - Uma das reivindicações é a definição de tarifas para as cooperativas autorizadas. Na reunião desta terça-feira, os participantes decidiram agendar uma audiência com o diretor presidente da Aneel para discutir o assunto. "Precisamos que sejam definidas tarifas de compra de forma que possamos entregar energia elétrica aos nossos associados com um valor módico. O nosso preço final não pode ser diferente ao da Copel, por exemplo. Mas as tarifas de hoje não nos permitem fazer isso. Desta forma, estamos sendo obrigados a buscar recursos complementares em outros meios", explica Valdir. Ainda de acordo com ele, no Paraná, a defasagem é maior ainda porque o governo do Estado está incentivando atividades rurais, como avicultura e suinocultura, com tarifas menores de energia elétrica, mas sem contemplar as cooperativas do ramo.

Ação - Na próxima sexta-feira (31/07), será realizada outra reunião na sede da Ocepar, para buscar uma solução jurídica à pressão exercida pela Copel sobre as cooperativas de infraestrutura paranaenses. "Temos que tomar uma medida urgente porque os reflexos estão vindo mais rápido do que nós imaginávamos. As cooperativas estão recebendo visitas de representantes da Copel, que estão querendo incorporar ou comprar as unidades. É um jogo desleal que está sendo praticado com o objetivo de enfraquecer no nosso sistema", afirma Edvino Shadeck, que é presidente da Fecoerpa (Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural do Paraná, secretário da Cerpa (Cooperativas de Infraestrutura e Eletrificação Rural de Palotina) e diretor da Ocepar.

Apoio - Ele lembra que as cooperativas do ramo foram criadas no Paraná há cerca de pouco mais de 30 anos, com o apoio da Copel e do Incra. "Foi uma forma de fazer com que a agricultura tivesse um atendimento direto, já que existia dificuldade de expansão e baixo consumo. Agora que no meio rural há grandes consumidores, como os da avicultura, estamos sendo pressionados a deixar de atuar no setor", ressalta. Ainda de acordo com Shadeck, as cooperativas de infraestrutura respondem por cerca de 1% do volume de energia consumido no Paraná. No entanto, estão tendo que arcar o prejuízo. "Nós estamos tendo que pagar o aumento de cerca de 12,6% concedido pela Aneel, mas não podemos repassar isso para o nosso associado. Por outro lado, o consumidor da Copel está tendo desconto desse aumento. Estamos defendendo uma tarifa justa. Porque dar aumento para as cooperativas e não dar ao restante", questiona.

Importância - De acordo com o secretário executivo da OCB, Renato Nóbilie, a reunião foi muito positiva no sentido de promover o alinhamento do ramo. "O presidente da OCB, Márcio Lopes, defende de que tenhamos esse alinhamento no Sistema. É um trabalho conjunto, onde procuramos ir aos estados e às regiões para perceber os problemas específicos de cada localidade e os problemas comuns, principalmente os ligados à regulação", afirma. "Vamos tentar sensibilizar cada vez mais os entes do governo federal sobre a importância das cooperativas do setor de infraestrutura no modelo de desenvolvimento do interior do País", completa Nóbile.

Setor - Existem cerca de 120 cooperativas do ramo infraestrutura no País, englobando 750 mil cooperados, concentrados principalmente nas regiões Sul e Sudeste. No Paraná, há seis cooperativas com oito mil associados.

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