RELAÇÕES EXTERNAS II: Retomada de Doha fica mais difícil

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O governo Lula apostou suas fichas na Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), para obter acesso adicional para as exportações brasileiras, sem sucesso. E pelo cenário atual, tampouco o próximo governo poderá contar muito com um acordo no médio prazo. Cresce o sentimento em Genebra de que a Rodada Doha precisará de novo mandato, para ser retomada em novas bases.

Cúpula - Tudo depende de mais uma tentativa que poderá ser deflagrada na cúpula do G-20, em novembro, na Coreia do Sul, se é que os Estados Unidos deixarão o tema entrar na agenda. A ideia é que a negociação global deveria ser concluída em 2011 até para enquadrar a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) e da Lei Agrícola Americana (Farm Bill), prevista para ocorrer em 2012. Se não houver o acordo global, e a reforma das duas políticas agrícolas se concretizar, como previsto, todo o equilíbrio das barganhas na OMC fica desatualizado. Assim, os países exportadores, sobretudo, vão querer uma nova base para atacar subsídios e tarifas no novo desenho agrícola americano e europeu.

Confrontos - Enquanto isso, os confrontos comerciais tendem a aumentar, especialmente envolvendo a China e suas zonas cinzentas. Se a Rússia entrar na OMC no fim do ano, como previsto, dentro de algum tempo começarão os questionamentos também da política comercial russa, uma maneira para fazê-los de fato respeitar os acordos. (Valor Econômico)

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