REVISTA EXAME: A energia vai custar cada vez mais caro

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Com o título “Prepare-se para a energia mais cara”, o Portal Exame publica uma oportuna reportagem sobre os problemas da energia, coincidindo com a decisão do governo boliviano de estatizar as empresas petrolíferas que operam no país. Afirma a revista que “ao longo da história, os brasileiros acostumaram-se a tratar a energia como um bem inesgotável -- algo semelhante a uma dádiva enviada dos céus para usufruto dos homens. Assim como havia ar para respirar e água para beber, imaginava-se, havia energia disponível para acender as luzes, ligar os aparelhos eletrônicos, fazer os carros se moverem, colocar as máquinas em operação. Vivia-se, naqueles anos do passado, em plena era da energia barata. Pois bem, esse tempo acabou -- e é bom que todos acordem para a nova realidade”.

O petróleo na frente – Em dez anos, segundo o portal, o preço do barril de petróleo subiu de 10 para 70 dólares, enquanto o consumo subiu de 60 para 80 milhões de barris diários entre 1980 e hoje. “Por tratar-se de um bem finito, a conseqüência inevitável do uso crescente é que ele se torna mais escasso a cada dia. O acesso às reservas disponíveis é complicado e sua exploração está cada vez mais difícil. É preciso perfurar poços a milhares de metros de profundidade no mar ou em terrenos rochosos, o que exige tecnologia e equipamentos caros. Os constantes conflitos políticos no Oriente Médio, onde está concentrada a maior parte do petróleo do mundo, também contribuíram para a escalada nos preços. "O petróleo ainda será usado por décadas, mas não resta dúvida de que sua importância terá de cair ao longo do século 21", diz Abel Holtz, consultor especializado em energia”.

As razões das dificuldades – Não há mais alternativa fácil e barata de energia. Pior é que as alternativas de substiutição das fontes finitas (petróleo e gás), são caras ou esbarram nas leis ambientais. A revista relaciona os principais problemas que acompanham as principais fontes energéticas. Hidrelétricas: os potenciais hídricos disponíveis ficam distantes dos centros de consumo, o que exige a construção de um sistema de transmissão que encarece muito a energia Termelétricas: as usinas térmicas usam combustíveis como gás e óleo diesel, cujos preços não param de subir. As reservas nacionais são pequenas e há risco de desabastecimento. Petróleo: as principais bacias petrolíferas estão em regiões de conflitos, expondo a exploração e a distribuição a crises cíclicas, o que tem repercussão nos preços.

Outras fontes alternativas - A energia gerada por vento, sol e ondas do mar pode ser uma opção no futuro, mas ainda não é viável economicamente e demanda grandes investimentos em pesquisas. O desenvolvimento dessas fontes é demorado. Os movimentos sociais e de defesa do meio ambiente passaram a exigir maiores compensações para permitir a implantação de usinas. O custo ambiental saltou de 10% para 20% do investimento. Os governos, por sua vez, se obrigam a submeter os projetos de produção de energia a legislações cada vez mais rígidas, e à execução de projetos para mensuração do impacto ambiental, alongando o tempo de execução dos projetos.  

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