RURAL TECNOSHOW: Stephanes critica falta de união no agronegócio
- Artigos em destaque na home: Nenhum
O Ministro da Agricultura defendeu ontem (29/09) em Londrina, durante a abertura da do 3º Rural Tecnoshow, a flexibilização de leis ambientais no Centro-Sul, onde a produção de alimentos está consolidada. ‘‘Sou defensor do meio ambiente e da ecologia, defendo que não se derrube mais nenhuma árvore do bioma amazônico. Mas temos que flexibilizar as áreas consolidadas da agricultura do Centro-Sul do Brasil'', declarou Stephanes, sendo aplaudido por representantes do agronegócio que estiveram ontem na abertura do evento promovido pela Sociedade Rural do Paraná.
Palestra - Durante palestra de cerca de uma hora e meia, Stephanes criticou ainda a falta de união do setor produtivo agropecuário que contribui para a aprovação de leis ambientais ‘‘absurdas e fora da realidade''. Enquanto a população indígena e o meio ambiente têm estruturas de defesa organizadas e sistematizadas, o setor produtivo não está organizado e, por isso, ‘‘ninguém reage''.
Decreto 6.514 - Antes da palestra o presidente da SRP, Alexandre Lopes Kireeff, havia cobrado uma postura mais firme do ministério para proteção de áreas agrícolas em relação ao decreto-lei 6.514 (que entre outras coisas determina que até janeiro todas as áreas de reserva legal estejam averbadas). Stephanes informou que propôs ao ministro Meio Ambiente, Carlos Minc a alteração de dez itens do decreto-lei e que, pelo menos, nove sugestões foram acatadas. Uma delas seria a prorrogação da vigência da lei, mas ele preferiu não adiantar quais os outros itens que poderão ser modificados.
Código Florestal - No entanto, na sua avaliação o maior problema é o Código Florestal, que determinou a inclusão de áreas de preservação permanente e a reserva legal nas propriedades. "Até então algumas coisas não repercutiam entre os produtores porque a legislação não era cumprida", disse Stephanes. Segundo ele, a preocupação do governo não deve ser com a Amazônia. "Costumo dizer em reuniões com ambientalistas que a área agricultável do País vai desaparecer mais rápido do que a Amazônia", salientou. Na sua avaliação, o desmatamento da Amazônia tem ocorrido mais por incompetência do governo do que por necessidade. E nisso inclui os cerca de 180 mil assentados, as reservas indígenas, os pequenos agricultores e as madeireiras. "Tanto que a primeira coisa que o governo deve fazer é a regularização fundiária da Amazônia", comentou. De acordo com Stephanes, a área total das reservas indígenas é cinco vezes maior do que o território paranaense. "As reservas indígenas, áreas de preservação permanentes e reserva legal ‘congelaram' 94% da Amazônia e 70% do País", disse. (Folha de Londrina)