SEGURO I: Novo tipo de contrato oferece garantia de 70% da renda

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Os produtores de soja do Brasil poderão contratar o primeiro seguro que garante renda na safra 2011/12. Os modelos tradicionais cobrem apenas os financiamentos. Lançado pelo vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Osmar Dias, nesta segunda-feira (04/07) pela manhã, em Curitiba, o novo produto terá caráter de teste neste ano, mas a meta é de 2 mil contratações. O seguro de faturamento permite que o agricultor receba indenização de até 70% do faturamento previsto pelo banco na hora da contratação do serviço. O valor é baseado na média de produtividade da soja para cada região e nas cotações dos 15 dias anteriores à contratação negociadas na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa).

Regional - O seguro será regional. Em Ponta Grossa (Campos Gerais), por exemplo, o rendimento médio das lavouras de soja é calculado em 3,8 mil quilos por hectare. Para Cascavel (Oeste), o indicador é mais pessimista, projeta produtividade de 3,3 mil quilos por hectare. Considerando preço médio de soja em R$ 38 por saca, um produtor de Ponta Grossa com 100 hectares plantados teria, portanto, um faturamento estimado em R$ 244 mil ao final da safra e R$ 170 mil estariam garantidos pelo novo seguro.

Preço - Para conferir se o faturamento atingiu ou não as expectativas calculadas inicialmente, o banco fará uma nova média de preço na colheita, com base no indicador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e também na BM&FBovespa.

Próximo da realidade - Para o economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Pedro Loyola, o seguro de faturamento está mais próximo da realidade do produtor e deve ter grande aceitação no estado. "Acredito que 30% das 2 mil contratações serão feitas aqui (Paraná)", disse. A estimativa é baseada no porcentual médio de adesão do seguro tradicional (35%), que prevê indenização somente por quebra climática.

Detalhes - Na próxima semana, o Banco do Brasil deve divulgar os detalhes e regras para o novo seguro agrícola, em Brasília. Após a apresentação do serviço, Osmar Dias apelou aos cerca de 400 produtores que o assistiam em Curitiba. "O produtor precisa nos ajudar. Só assim, poderemos ampliar o serviço para outras culturas. Este ano é só na soja", disse.

Código Florestal - Ao abrir o encontro das Comissões e lideranças da Faep, o ex-senador paranaense falou sobre sua expectativa em relação à aprovação do novo Código Florestal, que passou pela Câmara dos Deputados e tramita no Senado. Alertou os produtores que o sistema de crédito pode ser afetado pelas restrições ambientais. Dias disse estar disposto a liberar crédito, mas teme que não possa fazê-lo, caso a legislação que coloca cerca de 90% dos agricultores na ilegalidade passe a ser cobrada. "O ambiente no Senado está mais desfavorável aos produtores do que na Câmara", afirmou. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)

Conteúdos Relacionados