SELO DE QUALIDADE: Café produzido no norte do Paraná recebe certificação de IG
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O café especial produzido no Norte Pioneiro do Paraná recebeu a certificação de Indicação Geográfica Procedência (IGP) do Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (Inpi). A região, que envolve 45 municípios com 7,5 mil cafeicultores responsáveis pela produção de até 1,3 milhão de sacas beneficiadas por ano, é a primeira do Paraná a receber a distinção. Além do Paraná, somente outras duas regiões produtoras de café no País apresentam o registro oficial: o Cerrado Mineiro e a Serra da Mantiqueira, ambas em Minas Gerais.
Identidade própria - A mais nova IGP atribui identidade própria ao produto ao garantir a origem, os processos de produção e algumas características sensoriais do café produzido na região, de acordo com as normas estabelecidas para a concessão do selo de qualidade. Também representa o reconhecimento das qualidades particulares do produto, agregando-lhe valor no mercado nacional e internacional, além de visibilidade e projeção da região no mundo. Também permite proteção do produto (reduzindo as falsificações) e de sua variedade e imagem, da renda do produtor, dos direitos do consumidor, da riqueza e do desenvolvimento, do território, da cultura e da tradição da região.
Trabalho - O processo de IG no Norte Pioneiro do Paraná como região produtora de cafés especiais é fruto de um trabalho intenso realizado por várias instituições representantes e parceiras da cadeia produtiva do café na região, impulsionadas pela vontade dos cafeicultores e conduzidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Entre as instituições diretamente envolvidas estão o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Coroamento - A conquista do selo de IGP é o coroamento de uma busca por mais qualidade para o café da região. Produção, pesquisa, ensino, extensão, indústria e governo estão aliados, há cerca de 15 anos, visando a esse objetivo. Os cafeicultores, graças também ao trabalho de transferência dessas tecnologias realizado pela Emater a partir de 2000, tiveram de mudar concepções sobre técnicas de cultivo e manuseio do café. Foram capacitados a produzir de acordo com as boas práticas, como aquisição de mudas de qualidade, adoção de técnicas de proteção do solo, adubação, adensamento, redução de agrotóxicos nas lavouras, controle de pragas e doenças, poda, colheita e pós-colheita, sanidade, higiene e rastreabilidade da produção. Os produtores também incluíram no processo de produção as regras da legislação ambiental e de responsabilidade social. O esforço de capacitação se expressou em centenas de cursos e milhares de cafeicultores capacitados.
Parque cafeeiro - O parque cafeeiro paranaense, que chegou a representar aproximadamente 40% da área cultivada e 50% da produção nacional de café, sofreu sério revés com a severa geada de 1975, o que acabou impulsionando muitos produtores tradicionais a migrarem para outras regiões produtoras do Brasil, principalmente Minas Gerais, onde o risco de geada é menor, ou a se dedicarem a outras explorações agropecuárias em solo paranaense, que apresentassem menores riscos de perdas com geadas. Hoje a região do Norte Pioneiro é responsável pela produção de cerca de 50% do café paranaense. A safra estadual oscila entre 1,6 e 2 milhões de sacas por ano. A meta dos produtores é manter a organização e buscar mais tecnologias para que a região possa explorar melhor suas potencialidades, aliando qualidade e produtividade. (Mapa)