SESCOOP/PR: Brasil não tem a cultura da direção defensiva no trânsito

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Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que cerca de 1,2 milhão de pessoas morrem no mundo em conseqüência de acidentes de trânsito. A grande maioria, 96% dos acidentes, têm como principal causa falhas humanas, como excesso de velocidade, uso de bebidas alcoólicas e drogas, e desrespeito à sinalização. Quando não matam, os acidentes deixam seqüelas que, muitas vezes, incapacitam a pessoa pelo resto da vida. "Apesar da gravidade dos números e dos constantes alertas feitos por campanhas educativas, o Brasil ainda não conseguiu mudar a forma como as pessoas dirigem. Muitas medidas preventivas, como o uso do cinto de segurança e o respeito aos limites de velocidade, somente acontecem na prática em função do medo que os motoristas têm das multas do que por consciência dos riscos de acidentes", afirmou a instrutora do Serviço Social do Transporte (SEST) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), Cláudia F. Gulin, durante a palestra Direção Defensiva, ministrada para os colaboradores do Sistema Ocepar, na manhã desta segunda-feira (31/05), no auditório da entidade, em Curitiba.

Reflexos - Segundo ela, a atitude dos motoristas ao volante mostra os valores, o grau de consciência social e a preocupação com a própria vida e das demais pessoas. "O trânsito revela comportamentos. E como nunca sabemos quem é o motorista do outro carro, seu estado emocional, sua maneira de dirigir, seu nível de cansaço e de atenção, é importante rever nosso comportamento ao volante e desenvolver a cultura da direção defensiva", diz a instrutora. No entanto, como somente uma autoavaliação faz com que a pessoa passe a dirigir defensivamente, a mudança que se pretende esbarra no excesso de confiança dos condutores, no sentimento de impunidade gerado pelas falta de fiscalização, ou pela falsa crença de que "isso nunca vai acontecer comigo".  "As estatísticas comprovam isso, tanto que apesar da lei seca adotada no Brasil, estipulando tolerância zero para motoristas que bebem e dirigem, os índices de acidentes motivados pelo uso do álcool não diminuíram no país", comenta a instrutora.

A força das imagens - Além de falar sobre direção defensiva, Cláudia Gulin mostrou vídeos baseados em fatos reais e que mostram as consequências dos acidentes de trânsito. São histórias como da venezuelana Jacqueline Saburido que em setembro de 1999, nos Estados Unidos, sofreu um grave acidente quando voltava de carro para casa com dois amigos. No acidente, provocado por um motorista embriagado, os dois amigos de Jacqueline morreram e ela sofreu queimaduras que a deixaram com quase 60% do corpo deformado. Nos anos seguintes, ela não desanimou e fundou uma associação para sensibilizar jovens sobre o ato de beber e dirigir. Reginald Stephey, o motorista bêbado, foi multado em 20 mil dólares e condenado a sete anos de prisão. Durante os anos em que esteve preso, recebeu a visita da jovem cuja vida causou tanta dor. No vídeo mostrado por Cláudia Gulin na manha de hoje, Jaqueline Saborino conta a sua experiência e diz que é possível evitar a dor, a culpa e o desespero, basta ter consciência de que bebida e direção formam uma combinação explosiva. Quem quiser saber mais sobre a história da jovem, basta acessar o endereço eletrônico http://www.youtube.com/watch?v=Bm1etEIhQqE .

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