SIMPÓSIO OCB V: Especialista fala sobre a implantação do MDL Florestal no Paraná
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As diretrizes para implantação de projetos de MDL Florestal - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo em cooperativas agropecuárias foram apresentadas na manhã desta quarta-feira (24/03), durante o Simpósio de Mercado de Carbono. O diretor da Green Iniciative, Magno Castelo Branco, contou como ocorreu a implantação do Programa de Carbono da OCB em duas cooperativas paranaenses (C.Vale e Copacol) e mostrou os resultados obtidos com a ação. "O Paraná é piloto nesta ação. Conseguimos atuar em 17 propriedades, recompondo 19,21 hectares de mata ciliar, área 30% maior do que inicialmente foi previsto pelo Programa. Ao todo, foram plantadas 32 mil mudas de árvores, o que deve gerar, num prazo de 30 anos, 6,4 mil toneladas de CO2e", disse.
O Programa - O Programa de Carbono da OCB insere as cooperativas num novo mercado e promove a difusão do conhecimento sobre mudança climática, Protocolo de Kyoto e o chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo Florestal, também conhecido por mercado de créditos de carbono. O objetivo é estimular a implantação, no âmbito das cooperativas agropecuárias brasileiras, de projetos que diminuam o passivo ambiental e, consequentemente, reduzam as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a redução de seus efeitos ambientais e gerando ganhos financeiros por meio da comercialização de créditos de carbono.
Cálculos - A primeira etapa do programa constituiu no levantamento de cenários para avaliar a viabilidade econômica, com destaque para os custos de restauro e retorno financeiro.
Implantação - "Fizemos também um mapeamento das àreas do bioma Mata Atlântica para apurar o potencial sequestro de carbono neste bioma. Para nossa surpresa, constatamos que no Paraná este potencial é bastante elevado", disse Castelo Branco. De acordo com ele, a metodologia de implantação de projetos de MDL utilizada nas cooperativas paranaenses serve de modelo para o restante do país. O passo inicial da ação é diagnosticar dentro do estado a ser trabalhado as áreas que necessitam de recomposição da mata ciliar, ou seja, que apresentam passivos ambientais, e buscar o apoio das cooperativas agropecuárias para o desenvolvimento do programa. Os passos seguintes envolvem trabalhos de informação e capacitação das cooperativas, entrevistas com proprietários, seleção das áreas elegíveis, e por fim implantação do restauro. "A conclusão que chegamos é que o MDL pode ser um forte instrumento financeiro e também de eliminação dos passivos ambientais. E além de contribuir com o meio ambiente, os projetos podem agregar valor à propriedade e à atividade rural", conclui Castelo Branco.