SOJA: Fungo atrapalha produção
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O principal problema desta safra de soja tem sido a ferrugem asiática – doença que provoca a desfolha precoce e prejudica a formação de grãos. O desafio para os produtores é identificar a doença a tempo de aplicar fungicida e evitar prejuízos. Seja com lupas ou a olho nu, ainda é tempo de monitorar as plantações, principalmente nas regiões onde a soja ainda não atingiu a fase de floração, a mais vulnerável. Constatada a presença do fungo Phakopsora pachyrhizi, é necessário fazer pelo menos uma aplicação de defensivo antes da colheita. O fungo causador da doença libera esporos na folha durante sua reprodução. Os esporos, segundo o agrônomo e professor doutor de fitossanidade do Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais (Cescage), Aldaci Leite Torres, são espalhados pelo vento e respingos da chuva a outras plantas. O fungo precisa de uma célula viva para sobreviver. Ataca as células da folha da soja, que ganham coloração amarelada e perdem a capacidade de sobreviver através da fotossíntese. A doença avança e a mancha se torna escura e elevada no formato de “vulcões”. Sem produção de energia, a folha cai precocemente, o que prejudica o desenvolvimento dos grãos na vagem da soja.
Pigmentos amarelados - A engenheira agrônoma da Fundação ABC (Campos Gerais), Eliana C. Fernandes, acrescenta que os pigmentos amarelos surgem de forma irregular e por isso não podem ser confundidos com o amarelamento natural provocado pelo envelhecimento da folha, que aparece com aspecto uniforme. A visualização fica facilitada, segundo ela, quando se coloca a folha contra o sol. “Também é possível ver algo parecido como pequenas sementes na folha”, afirma.
Teste - Um teste caseiro, já conhecido por boa parte dos produtores, é indicado pelo professor Aldaci Torres. Coloca-se a folha suspeita num saco plástico bem fechado com algodão banhado em água. “A alta temperatura e a umidade aceleram o processo de reprodução do fungo”, explica. Assim, os sintomas podem ser observados mais facilmente. As condições climáticas interferem diretamente no grau de agressividade da doença. Quanto mais chuva e calor, mais rápida é a propagação da ferrugem asiática, que é considerada uma epidemia nas plantações.
Agravante - Neste ano, um tipo de lesão nas folhas da soja dificulta a identificação da ferrugem. Segundo Eliana, a diferenciação depende de análise técnica. Basicamente, a ferrugem ocorre em relevo e a lesão provoca pequenos furos nas folhas. O agrônomo coordenador da área de Defesa Vegetal da Fundação ABC, Olavo Corrêa da Silva, frisa que a identificação da ferrugem asiática deve ser feita por um técnico. “O melhor conselho para não ter perda de produção é ter o acompanhamento de um especialista de confiança, muita informação e monitoramento”, observa. (Tudo Paraná)