SOJA: Novo cancro aparece no RS
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Uma nova doença da soja foi identificada em lavouras do Rio Grande do Sul. A doença, um cancro da haste, causado pelo fungo Diaporthe phaseolorum var. caulivora, foi identificada por pesquisadores da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, na safra passada (2005/2006) em algumas áreas de Passo fundo e Coxilha. Mas a confirmação só foi feita no final da semana passada, quando novos casos foram identificados em outros muncípios daquele estado. Segundo a pesquisadora Leila Costamilan, ainda não há levantamento dos danos econômicos. ''A doença preocupa, porque as plantas morrem precocemente, o que afeta a produtividade'', diz. A pesquisadora explica que, em plantas adultas, as folhas secam e permanecem aderidas às plantas. As hastes apresentam áreas marrons, principalmente próximas das inserções dos ramos laterais. ''Ao se raspar a superfície da haste, observa-se escurecimento interno. No entanto, as raízes têm aparência sadia'', afirma.
Década de 80 - A nova doença é similar ao cancro da haste que causou prejuízos econômicos no Brasil, na safra 1988/89, e para a qual já foram desenvolvidas cultivares resistentes. O novo cancro já está mobilizando a pesquisa, no sentido de gerar material genético resistente. Atualmente, ações estão sendo realizadas pela Embrapa, em conjunto com o Ministério da Agricultura e a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, no sentido de avaliar a área de ocorrência deste cancro. No futuro, testes serão realizados com as cultivares de soja da Embrapa visando à resistência a essa nova doença, informa a pesquisadora. Como o Brasil ainda não dispõe de cultivares de soja resistentes ao problema, são indicadas, como medidas de controle, o tratamento de sementes com fungicidas e a rotação de culturas.
Danos - De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Álvaro Almeida, que identificou, no Brasil, a espécie causadora do problema por métodos moleculares, a doença já foi descrita em outros países como EUA, Canadá e Argentina. ''Nos Estados Unidos, o problema chegou a produzir danos superiores a 50%, mas atualmente não causa preocupação pelo desenvolvimento de cultivares resistentes. Na Argentina, em 2004, as perdas de rendimento de grãos em algumas lavouras variaram de 4% a 10%'', explica a pesquisadora da Embrapa Trigo, Leila Costamilan. Mais informações estão disponíveis na página da Embrapa Trigo na internet no endereço www.cnpt.embrapa.br. (Folha de Londrina)