SOJA: Projeto Olho Vivo ajuda no combate de doenças

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Uma pequena mancha numa folha pode significar a presença de uma doença foliar. Mas nem todas as manchas que aparecem nas folhas são motivo para alardes e uso precipitado de fungicidas. Para fazer o uso racional de produtos agroquímicos (possibilitando assim a redução dos custos de produção e a preservação ambiental), o ideal é que o produtor saiba com precisão o que está acontecendo em sua lavoura. Essa foi à idéia passada pelo doutor em fitopatologia e professor da UEL - Universidade Estadual de Londrina, Marcelo Giovanetti Canteri durante o treinamento realizado com engenheiros agrônomos e técnicos agropecuários da Coopermibra - Cooperativa Mista Agropecuária do Brasil e com acadêmicos do curso de Agronomia do Integrado. De acordo com o doutor, existem algumas doenças foliares que pela análise em campo podem ser confundidas, principalmente se estiverem em estágio inicial, como a septória, a ferrugem asiática, o mildio e o crestamento. Entretanto, mesmo nas fases iniciais, existem detalhes que se bem observados podem diferenciar essas doenças. "O nosso objetivo nesse treinamento foi o de repassar aos participantes esses detalhes para que eles possam identificar essas doenças ainda no campo", comenta Canteri aos destacar que quanto mais cedo e mais preciso for o diagnóstico, mais eficiente será o tratamento.

Prejuízos - "A ferrugem, por exemplo, pode causar prejuízos de até 100% na lavoura, mas se ela for corretamente diagnosticada e tratada os efeitos poderão ser mínimos", diz o doutor. Ainda com relação à ferrugem, segundo Canteri, nem sempre a aplicação preventiva é a melhor opção. "O produtor pode usar o calendário, mas ele estará correndo o risco de fazer a aplicação do fungicida num momento errado e por esse motivo terá que fazer uma nova aplicação posteriormente", explica. Esse treinamento faz parte do projeto "Olho Vivo" que está sendo realizado numa parceria entre a Coopermibra - Cooperativa Mista Agropecuária do Brasil, o Integrado Colégio e Faculdade e a Iharabras S/A Indústrias Químicas, que vai permitir a realização gratuita da análise foliar laboratorial durante a safra 2005/2006. Com isso, além da maior precisão da análise em campo, o produtor terá ainda a certeza quanto à doença presente em sua lavoura de soja. Assim ele poderá usar o produto certo, na hora certa e, principalmente, na quantidade certa.

Curso - O curso ministrado por Canteri teve a participação dos acadêmicos de agronomia do Integrado, Evelyn Aline Arendt, Elielton Cargnin Marcelino e Tiago Marcão. São eles que vão estar na sede da Coopermibra e nos entrepostos para fazerem as análises das folhas encaminhadas pelos profissionais da equipes técnica da Coopermibra e pelos produtores. "Precisamos nos preocupar com todas as doenças, não só com a ferrugem", afirma o engenheiro agrônomo doutor em fitopatologia e nematologia, professor Alexandre Moura Cintra Goulart, que será o responsável pelo acompanhamento desse trabalho. Segundo ele, os acadêmicos escolhidos para participarem do programa estão qualificados e preparados para esse trabalho, pois a seleção realizada para essa escolha foi rigorosa, principalmente na parte prática. "Eles estão cientes da responsabilidade que terão pela frente", comenta.

Expectativa - "É um trabalho sério e por isso a expectativa é grande', diz Marcelino. "Vamos procurar fazer o melhor, para que o produtor tenha um diagnóstico preciso", ressalta Evelyn. "Tomara que não apareçam muitas doenças, mas se elas surgirem, vamos identificá-las para que os produtores apliquem o tratamento correto e assim não tenham perdas e nem gastos desnecessários", comenta Tiago. Para o grupo, esse trabalho será uma grande oportunidade para a ampliação dos conhecimentos em sua área de estudo. (Imprensa Coopermibra)

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