SUCROALCOOLEIRO III: Petrobras inaugura usina de biodiesel de R$ 95 milhões
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A Petrobras inaugura nesta segunda-feira (6/04) a Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros, no Estado de Minas Gerais. Com custo de R$ 95 milhões e capacidade para produzir 57 milhões de litros de biodiesel por ano, a nova unidade se une às plantas já instaladas em Candeias, na Bahia, e Quixadá, no Ceará, para juntas produzirem 170 milhões de litros de biodiesel anualmente.
Retomada - A inauguração, três meses depois do início das operações na planta, contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pode significar a retomada do Programa de Biodiesel no País. Antes mesmo de oficializar o início das atividades na planta, a Petrobras já fala em ampliar a capacidade de processamento para 80 milhões de litros de biodiesel até 2013. "Toda unidade, quando entra em fase de processamento, apresenta algumas folgas. Com esses ajustes vamos aumentar a receita e reduzir o custo operacional", disse Alan Kardec, presidente da Petrobras Biocombustível.
Outras usinas - De acordo com a estatal, o projeto de expansão inclui também as outras duas usinas de biodiesel do grupo. A usina de Candeias passará por obras de duplicação dos atuais 57 milhões de litros para 114 milhões, em 2013. A planta de Quixadá também deverá ter sua capacidade de produção ampliada em 10% ao ano durante os próximos três anos. No ano passado, do investimento do governo federal destinado às estatais destaca-se o nível zero de execução dos R$ 278,243 milhões destinados à Petrobras Biocombustível, enquanto o grupo Petrobras apresentou um nível geral de execução da ordem de 85,52%.
Agricultura familiar - Este ano, além dos novos investimentos, por meio da Petrobras, a agricultura familiar deve ser novamente fomentada. Apenas para o suprimento de matéria-prima na usina de Montes Claros já foram contratados 8,2 mil agricultores familiares, sendo que a meta é alcançar um total de 20 mil produtores. Os contratos de fornecimento firmados, com duração de cinco anos, também devem beneficiar os pequenos agricultores. O projeto contempla ainda transporte da safra, o apoio à organização dos pequenos agricultores em cooperativas e o incentivo do plantio de oleaginosas junto com outras culturas.
Crédito - O Banco do Brasil e o Banco do Nordeste do Brasil tratam de garantir o acesso destes agricultores ao crédito de custeio agrícola. Atualmente, segundo a Petrobras, o potencial de renda agrícola para o suprimento da usina é de aproximadamente R$ 100 milhões por ano.
Matéria-prima - Outra meta do Programa de Biodiesel, que deve ganhar espaço, é a diversificação da matéria-prima para a produção, atualmente ainda focada na soja quase em sua totalidade. A usina apresenta flexibilidade para processar diversos tipos de matérias-primas como as oleaginosas tradicionais, óleos e gorduras recuperáveis, até sebo bovino.
Sementes - Na safra 2008/2009, a estatal já forneceu 100 toneladas de sementes (65 toneladas de mamona e 35 toneladas de girassol) aos produtores locais. Além disso, também está sendo feito o aproveitamento da macaúba - planta nativa da região. Instituições de pesquisa já estudam meios para obter variedades mais adequadas e aprimorar o processamento industrial da oleaginosa.
Etanol - Em fase mais adiantada, o projeto de internacionalização do etanol, também incentivado pelo governo brasileiro, ganhou novo impulso para a conquista de novos mercados. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) publicou no Diário Oficial da União resolução que autoriza os postos revendedores de combustíveis a utilizar o termo "etanol" para identificar o álcool etílico combustível. A iniciativa padroniza a nomenclatura brasileira à que é utilizada no mercado internacional para designar os biocombustíveis, ajudando a promover o álcool etílico combustível no exterior e deixando-o mais próximo de tornar-se uma commodity.
Processo - "A ANP está de parabéns pela forma serena e objetiva como encarou este pleito e conduziu todo o processo, reconhecendo a importância da adoção da palavra etanol e debelando a burocracia necessária para que a resolução fosse, finalmente, publicada", disse Marcos Jank, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). (Diário do Comércio & Indústria)