TRANSPORTE: Alto custo do frete diminui competitividade das empresas
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Com o objetivo refletir sobre o alto custo do sistema de transporte nacional e os impactos para a economia do Brasil e para a competitividade das empresas, a Ferroeste promoveu na manhã desta segunda-feira (27/07), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, uma palestra com o vice-presidente para Assuntos Tecnológicos e Presidente do Comitê de Transportes da Academia Nacional de Engenharia (ANE), Paulo Augusto Vivacqua. Estiveram presentes representantes de engenharia, de transportes, de construtoras e de produtores rurais. Também marcaram presença o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, o superintendente adjunto do Sistema Ocepar, Nelson Costa, o assessor de diretoria, Guntolf van Kaick, e o ex-governador do Paraná, Emílio Gomes.Crescimento - "O Brasil poderia crescer, em média, 1,5% a mais ao ano se adotasse um sistema de transporte semelhante ao modelo canadense", afirmou o Vivacqua. Pelos seus cálculos, o custo do transporte no Brasil é o dobro do custo canadense. "A diferença é que no Canadá há um equilíbrio na matriz de transporte. Lá a escolha do transporte de cargas é feita com base no menor custo e na menor distância, utilizando-se o transporte o rodoviário para distâncias curtas, e o ferroviário e o de navegação para distâncias mais longas. Uma situação bem diferente do Brasil, onde o transporte rodoviário prevalece, inclusive para as longas distâncias", comentou.
Mobilização - Para reduzir o custo do transporte de cargas no Brasil, Vivacqua sugere que a sociedade e os setores mais que mais utilizam deste serviço, a exemplo das agroindústrias, se unam para pressionar o governo por mudanças. "É preciso constituir um núcleo de pressão suficientemente forte para forçar o governo a adotar uma política racional, coisa que não tem feito nas últimas cinco décadas, e desta forma alterar a forma atual como são gerados e executados os planos de transporte no Brasil",disse.
Incentivo ao modal ferroviário - O ex-governador do Paraná Emílio Gomes também defende a idéia de que é preciso rever o sistema de transporte nacional, inclusive, no que se refere a aplicação de recursos públicos. Na sua opinião, no Paraná, de um modo em geral, a aplicação de recursos, com exceção do modal ferroviário, está bastante deficitária. "O governo até aplicou uma verba grande na recuperação de estradas, mas o tráfego intenso de caminhões é desgastante, o que encarece a conservação. Por isso o estado deveria incrementar o transporte ferroviário, que economicamente é mais acessível", sugeriu.
Exportações - Para o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, a redução do custo de transporte é vital para que o Brasil ocupe um espaço maior no comércio internacional. Gomes ressalta que uma diminuição de apenas 10% no custo do transporte no Brasil, aumentaria em até 43% o volume das exportações brasileiras para os Estados Unidos e em 39% para a América do Sul, conforme recente estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). "Por isso reuniões como esta são importantes, porque é preciso ampliar as discussões sobre a necessidade do Brasil equilibrar o uso dos modais de transportes, privilegiando-se sempre a eficiência e redução de custos", frisou.