TRIGO: Argentina garante trigo ao Brasil
- Artigos em destaque na home: Nenhum
O governo da presidente Cristina Kirchner garantiu ontem (14/02) ao Brasil o fornecimento de três milhões de toneladas de trigo para o primeiro semestre deste ano. O anúncio foi realizado à imprensa brasileira na capital argentina pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ivan Ramalho, que reuniu-se com representantes do governo argentino durante o encontro da Comissão de Monitoramento do Comércio Bilateral. Segundo ele, a garantia são os registros já realizados para exportação desse volume de trigo argentino para o mercado brasileiro. Nas últimas semanas o trigo argentino foi o pivô de conflitos, já que o governo Cristina havia fechado temporariamente o registro de exportações. O motivo dessa medida era a intenção de redirecionar o produto para o mercado interno argentino, e assim, forçar uma queda do preço e reduzir a inflação, que tornou-se o maior pesadelo que a atual administração herdou do governo anterior, do marido de Cristina, o ex-presidente Néstor Kirchner. Ramalho destacou que o Brasil pediu regularidade no envio do trigo ao governo Cristina. O Brasil precisa conseguir quantidades extraordinárias de trigo argentino, explicou.
Instabilidade - O secretário-executivo afirmou que no ano passado ocorreram interrupções no registro de exportadores, fato que gerou instabilidades, especialmente nos preços no Brasil. Ramalho destacou que mais além da garantia de três milhões de toneladas para o primeiro semestre, existe a possibilidade de que a Argentina possa atender as expectativas brasileiras no resto do ano. Só em janeiro deste ano já entraram 800 mil toneladas de trigo argentino no território brasileiro. Caso ocorram novos percalços com o trigo argentino, Ramalho sustentou que os importadores brasileiros contariam com a possibilidade de trazer trigo de países como o Canadá. O Brasil consome 10 milhões de toneladas de trigo por ano. Do total, o mercado brasileiro importa cerca de 6 milhões de toneladas. (Agência Estado)