TRIGO: Reunião discute exportações de farinha e pré-mistura da Argentina
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Por solicitação da Abitrigo, a associação que representa as indústrias de trigo, foi realizada na manhã desta segunda-feira (29/01), na sede do Sistema Ocepar, em Curitiba, uma reunião para discutir a redução na tarifa de exportação da pré-mistura de trigo. Participaram 16 pessoas, entre representantes da Ocepar (superintendência e área técnica), Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Abitrigo, moageiras e cooperativas, entre elas a Coamo, Cotriguaçu e da Agrária. A indústria do trigo está preocupada com a entrada do produto argentino no país, devido redução da tarifa de exportação da pré-mistura de farinha de trigo de 10% para 5%, instituída pelo governo argentino. No final do ano passado, as indústrias moageiras do Brasil já haviam afirmado que os exportadores argentinos fraudaram a farinha de trigo, alegando que o produto era pré-mistura para ser negociada com tarifa de exportação menor. Na bolsa de Chicago, os contratos para maio fecharam a US$ 5,025 o bushel, queda de 3,25 centavos. Em Kansas, os contratos de maio caíram 2,75 centavos, para US$ 4,84 o bushel. No Paraná, a cotação média da saca de 60 quilos fechou a R$ 26,31, segundo o Deral.
Encaminhamentos - O objetivo da reunião desta segunda-feira na sede do Sistema Ocepar, foi encontrar pontos em comum para pressionar o governo a tomar uma atitude em relação ao assunto. Segundo Samuel Hosken, presidente da Abitrigo, chegou-se à conclusão que é necessária a ação conjunta e ativa dos segmentos produtivo e industrial. “Temos que encontrar mecanismos legais para contestar e interromper essa concorrência desleal da Argentina”, disse, após o final da reunião. A discussão dessa questão continua. Nesta terça-feira (30/01), o assunto deve voltar a ser abordado em reunião em Porto Alegre (RS). O superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken, lembrou ainda que no próximo dia 13 haverá uma reunião da Câmara Setorial de Cereais de Insumos, em Brasília, para discutir a política nacional do trigo para 2007. “Seria o momento oportuno para que este assunto fosse abordado pelos representantes do setor”, lembra Ricken.
Números - Conforme dados oficiais citados por Samuel Hosken, em 2005 as importações foram de 280 mil toneladas de farinhas, o que representou gastos de 51 milhões de dólares. No ano passado, as importações subiram para 345 mil toneladas, alcançando 72 milhões de dólares e a projeção para 2007 é de chegue a 520 mil toneladas.
Alternativa de inverno – O assessor comercial da Coamo Antonio Cardoso Garcia, que participou da reunião, disse que a exportação de farinha e de pré-mistura da Argentina para o Brasil vai afetar drasticamente a comercialização futura do trigo, atingindo o setor de insumos, de transportes e os produtore que têm no trigo sua principal opção de inverno. Segundo Garcia, boa parte dos 19 mil cooperados da Coamo utiliza o trigo como opção de cultura de inverno. “Por isso é necessária uma ação conjunta”, acrescentou Garcia.