TRIGO: Seminários registram 400 participantes em quatro cidades do interior

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A chuva e o frio intensos não afetaram o ânimo de produtores rurais, técnicos, engenheiros-agrônomos e representantes de cooperativas que compareceram em grande número nos quatro seminários sobre a cultura do trigo, promovidos pela Faep, Ocepar e Coodetec, na semana passada. Os quatro eventos, realizados em 29 e 30 de junho, somaram 400 participantes. No primeiro dia, eles aconteceram na Associação Recreativa da Coopagrícola, em Ponta Grossa, com 100 pessoas, e no anfiteatro do Sindicato Rural, em Guarapuava, com 70 pessoas. No segundo dia, o seminário reuniu 120 pessoas no Parque de Exposições de Pato Branco, e outras 110 no auditório do Sicredi Iguaçu, em São João.

Objetivo - "O objetivo dos seminários foi discutir os impactos da nova classificação do trigo na produção brasileira, cujas regras foram estabelecidas pela Instrução Normativa nº 38/2010, que entrará em vigor em 01 de julho de 2012. Também estiveram em pauta as perspectivas de mercado e uma política de segregação no plantio do trigo, com vistas a valorizar a produção nacional", explica o assessor técnico e econômico da Ocepar, Robson Mafioletti. Ele foi um dos palestrantes dos eventos, juntamente com o economista da Faep, Pedro Loyola, e do pesquisador da Coodetec, Francisco Franco.

 

Failling number - De acordo com Mafioleeti, a preocupação dos produtores com as novas exigências da classificação estão centradas na ocorrência de anos com chuvas na pré colheita, que afetam seriamente o falling number - número de queda. "Isso vai impossibilitar ao próprio governo apoiar a comercialização via instrumentos da política agrícola, como AGF (Aquisições do Governo Fedeal), PEP (Prêmio de Escoamento do Produto) e contratos de opção de venda. O desafio dos produtores é focar principalmente na qualidade voltada para o trigo da classe melhorador e pão, dado que a IN nº 38 é muito mais exigente que a atualmente em vigor", explica Mafioletti.

 

Contraponto - Ele lembra que o apoio governamental à comercialização do trigo tem sido constante na última década e não foi necessário apenas na safra 2006/07, quando o Brasil produziu somente 2,2 milhões de toneladas. "Diante desta situação, é necessário investirmos ainda mais na questão qualitativa, claro que, fazendo o contraponto com questões de produtividade e exigências agronômicas da cultura. A questão chave é plantar regionalmente grupos de variedades com características semelhantes e que a mistura entre elas, não vai interferir na qualidade final do produto, como por exemplo, classe melhorador, pão, doméstico e básico. Os produtores, em conjunto com o assistente técnico e a política da cooperativa e/ou outra empresa, irão cultivar em determinada região somente uma classe ou no máximo duas, pois a segregação na entrega da produção na cooperativa ou cerealista é muito difícil na prática", explica o assessor da Ocepar. Ainda de acordo com ele, há diversos exemplos de trabalhos já desenvolvidos pelo setor produtivo em parceria com a indústria para fornecimento de trigo já previamente definido para as diferentes finalidades, seja produção de pães, massas, biscoitos, bolachas, entre outros.

 

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Mercado - Na questão mercadológica para a safra 2011/12, foi mostrado nos seminários o equilíbrio entre oferta e demanda, com sinalização de preços internacionais estáveis ou de leve queda, dado que, a safra aumentou  em 16 milhões de t., enquanto o consumo cresce linearmente nos últimos anos a 8 milhões t./ano. "A grande novidade para este ano está sendo as exportações brasileiras que até final de maio já alcançaram 2,2 milhões de toneladas, tendo como principais parceiros, Argélia, Nigéria, Egito, Marrocos, Iemên e Arábia Saúdita. Provavelmente esta será a grande alternativa para os produtores de trigo nos próximos anos, a exemplo do que ocorreu com o milho a partir do ano 2000", ressalta Mafioletti.

No mundo - "O mundo inteiro está plantando mais trigo na safra 2011/12, um exemplo é os Estados Unidos que plantaram 1,5 milhão de hectares a mais nesta safra e infelizmente no Brasil a redução de área foi de 4,5%, chegando a 2,05 milhões de hectares. No Paraná nas 2 últimas safras a redução de área alcançou 300 mil hectares e nesta safra a área plantada foi de 1,03 milhão de hectares", acrescenta.

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