TRIGO: Stephanes fala sobre medidas de apoio à cultura em audiência pública
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O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse, nesta quarta-feira (21/10), que o governo está trabalhando em três linhas para garantir o abastecimento interno de trigo. A primeira suspende a licença de importação automática da Argentina para que, segundo ele, o produto argentino entre no País apenas no momento oportuno. Outra proposta, já apresentada na Câmara de Comércio Exterior (Camex), aumenta a alíquota de importação de 10% para 35% a fim de evitar a compra de países fora do Mercosul. A última medida defendida por Stephanes é o apoio à comercialização do produto, como a realização de leilões de PEP (Prêmio de Escoamento de Produto), para sustentar a diferença entre o preço mínimo de R$ 530/tonelada e o preço de mercado, que hoje é de R$ 480. As medidas foram apresentadas durante audiência pública realizada na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados, para discutir a situação da produção de trigo nacional, dos estoques e da comercialização da safra 2009/2010.Presenças - A reunião contou com a presença do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Wagner Rossi, de representantes da Confederação Nacional da Pecuária e Agricultura do Brasil (CNA), da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (ABITRIGO) e do Banco do Brasil. A Organização das Cooperativas Brasileira (OCB) foi representada por Paulo Roberto Silva.
Deputados - "Temos que trabalhar para que a indústria brasileira compre a safra de trigo nacional para não deixar sobrar o trigo brasileiro e proteger o nosso agricultor", disse o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Valdir Colatto, durante a audiência. O deputado Moacir Micheletto também teceu duras críticas às indústrias moageiras de trigo porque elas dão preferência ao produto importado em detrimento da matéria-prima nacional e disse ainda que tal situação acontece pelas facilidades permitidas pela política agrícola do governo federal. "Essas indústrias, sob o manto da Associação Brasileira das Indústrias de Trigo (Abitrigo) sempre têm dado as costas ao agricultor brasileiro, é a velha história da criatura matando o criador", protestou. Ele propôs a criação de uma comissão de fiscalização e controle sobre o trigo.
Ocepar - O gerente técnico e econômico do Sistema Ocepar, Flávio Turra, também acompanhou a audiência pública. "De um modo geral, os produtores estão preocupados pois 70% da safra de trigo já foi colhida e nada foi comercializado até agora. Eles estão precisando de liquidez, por isso, nós esperamos que as medidas anunciadas pelo governo sejam efetivamente colocadas em prática, especialmente os leilões de PEP, abrangendo um bom volume, para que o produtor possa receber o preço mínimo", disse Turra. (Com informações do Mapa e assessorias de imprensa)