AGRONEGÓCIO: Câmara Técnica se reúne em Ponta Grossa
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O analista do Sistema Ocepar Gustavo Sbrissia, participou na quinta-feira (30/08), em Ponta Grossa (PR), da V Reunião da Câmara Temática de Agricultura Competitiva e Sustentável (CTACS). Ligada ao ministério da Agricultura, a Câmara é composta por entidades de diversos setores com o objetivo de discutir estratégias voltadas ao desenvolvimento do agronegócio sustentável, baseado em técnicas ambientalmente corretas. Um dos assuntos da reunião foi o “Sistema Agropecuário de Produção Integrada – SAPI” que pretende criar normas para uma produção sustentável. “O Sistema Ocepar apóia o SAPI, desde que a adesão dos produtores seja voluntária e que os pré-requisitos de ingressos não sejam tão restritivos, o que acabará resultando na exclusão dos produtores rurais”, afirma Sbrissia.
Palestra – Outro momento importante da reunião foi a palestra ministrada pelo pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Cláudio Buschinelli que, na ocasião, apresentou dois programas de Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) voltados para as propriedades rurais: o Eco – cert.rural que analisa 24 indicadores das propriedades e o Sistema APOIA novo rural que analisa 62 indicadores. “Os sistemas são bastante interessantes porque trabalham com dois cenários distintos, antes e depois da implantação das adequações ambientais”, explica Gustavo Sbrissia.
Evento paralelo – A reunião da CTACS aconteceu paralelamente ao Simpósio sobre Plantio Direto na Palha, evento promovido pela Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha e que tem como tema "Gestão Sustentável do Agronegócio". O evento começou na última quarta-feira e encerra hoje, com a presença do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. O setor tem pressionado o governo federal a desenvolver políticas de crédito e incentivo à adoção da agricultura sustentável. O simpósio foi aberto, quarta-feira, pelo secretário estadual da Agricultura, Valter Bianchini, que incentivou o uso de tecnologia. “Não há muito como avançar em área no Paraná”, argumentou Bianchini. Uma das saídas para ampliar a produção de alimentos, disse, é aproveitar as áreas de pastagens degradadas.
Plantio direto - O sistema de plantio direto na palha (PDP), que começou a ser adotado nos anos 70, atingiu 5 milhões de hectares no Paraná – mais de 80% da área destinada à produção de grãos no estado –, segundo avaliação da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha. “A tendência é atingirmos 90% das lavouras”, disse o presidente da federação, Franke Dijkstra. Em sua avaliação, boa parte das áreas convertidas precisa de melhoramentos. Para isso, será necessário investir mais na qualificação do produtor e dos trabalhadores rurais, avaliou. Dijkstra considera que o plantio direto se tornou mais complexo à medida que foi implantado em diferentes tipos de solo e culturas. “Atingimos 80% da área de grãos no Paraná e mais de 50% no Brasil (26 milhões de hectares)”, disse Manoel Henrique Pereira, que presidiu a federação por quatro gestões. Em sua avaliação, o estado se tornou reduto do PDP e hoje “tem a melhor tecnologia de produção”. A expansão no Paraná, segundo Pereira, está relacionada à conversão de pequenas e médias propriedades na última década.
História - O simpósio celebra os 35 anos do PDP, contados a partir da adoção do sistema pelo produtor Herbert Bartz, de Rolândia (Norte do estado), em 1972. A experiência ficou isolada por cerca de uma década e se difundiu depois que produtores da região de Ponta Grossa (Centro-Sul) aderiram à semeadura sobre a palha da cultura anterior. Nas duas regiões, a idéia era reduzir a erosão que ocorria com as chuvas depois da passagem dos arados. Os produtores concluíram que a palha torna o solo mais potente e conserva a umidade. Na região de Ponta Grossa, a concentração de material orgânico teria passado de 1,5% para a média de 4% a 5% nos últimos 30 anos. (Com informações da Gazeta do Povo)