AGRONEGÓCIO: Exportações das cooperativas crescem 25,5%
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As exportações diretas das cooperativas brasileiras registraram um crescimento de 25,59% no primeiro trimestre de 2008, na comparação com o mesmo período de 2007. As vendas das cooperativas ao exterior somaram US$ 761,7 milhões, enquanto no ano passado totalizaram US$ 606,5 milhões. Já o volume exportado foi de 1,45 milhão toneladas, contra 1,57 milhão toneladas em 2007.
Levantamento - Os dados fazem parte de um estudo da Gerência de Mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), com base em informações da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MIDC). A análise indica que a balança comercial do setor apresentou um superávit de US$ 634,3 milhões, com crescimento de 15,43% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. Nesse mesmo período, as cooperativas brasileiras importaram US$ 127,4 milhões. O resultado vem em conseqüência, principalmente, da comercialização de carnes, complexo de soja e complexo sucroalcooleiro.
Receitas cambiais - Conforme o estudo, os valores exportados e a cotação do dólar apresentaram comportamentos inversos. Mesmo com os desafios impostos para a exportação da produção, destacando-se a valorização do Real de 50,7% nos meses de janeiro a março entre 2003 e 2008, as cooperativas registraram receitas cambiais crescentes. "O cooperativismo brasileiro tem demonstrado o seu preparo, a sua capacidade para a disputa por espaço e conquista de novos mercados, oferecendo, cada vez mais, produtos com maior valor agregado. Isto, diante de um cenário com complexidades conseqüentes das taxas de câmbio e do aumento da demanda e queda nos estoques das commodities agrícolas", comenta o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Variações - O estudo mostra ainda que as variações nas exportações do setor cooperativista foram superiores às brasileiras nos primeiros trimestres dos últimos dois anos (2007 / 2008). De janeiro a março de 2008, a diferença foi de 11,80 pontos percentuais, comparando o crescimento das vendas externas das cooperativas, de 25,59%, com as brasileiras, de 13,79%.
Produtos em destaque - Entre os produtos exportados pelas cooperativas brasileiras, o destaque nos três primeiros meses do ano, ocupando o primeiro lugar no ranking, foi o segmento de carnes, totalizando US$ 186,7 milhões e respondendo por 24,51% do total exportado. Foi registrado crescimento de 51,7% em relação ao mesmo período de 2007, quando os embarques somaram US$ 123 milhões. Este incremento é explicado pelo aumento das exportações de aves (19,35%) e das exportações inéditas de outras carnes secas (US$ 44,08 milhões). Quanto ao volume exportado, os valores passaram de 80,8 mil toneladas para 93,6 mil toneladas.
Soja - O complexo soja aparece em seguida, com total de US$ 183,8 milhões e volume exportado de 484,2 mil toneladas. A participação nos valores obtidos com as vendas externas foi de 24,13%. Neste segmento, os grãos ficaram na liderança, respondendo por 51% do total no primeiro trimestre de 2008. Em 2007, o mesmo segmento registrou US$ 100,6 milhões e 384,4 mil toneladas. Em terceiro lugar aparece o complexo sucroalcooleiro, com 19,7% das exportações. Os produtos que compõem este grupo somaram US$ 146 milhões e volume de 410,3 mil toneladas. No ano passado, foram US$ 243,3 milhões e 756,3 mil toneladas. Os açúcares se destacam, com participação de 59% este ano frente a 71% em 2007. Este setor mostrou maior importância entre os produtos exportados pelas cooperativas no primeiro trimestre de 2007, registrando redução de 66,6% em 2008, o que pode ser explicado pela diminuição das vendas de açúcar.
Mercados potenciais - O principal mercado de destino dos produtos das cooperativas brasileiras foi a Alemanha, que representou 12,14% do total das exportações, com um total de US$ 92,49 milhões. Na seqüência, aparecem Países Baixos (7,54%), Paquistão (6,36%), Rússia (5,11%), Japão (5,10%), Hong Kong (4,55%) e China (4,48%). Pode-se destacar ainda a participação do Paquistão, com um total de US$ 48,67 milhões, o que representa uma parcela de 6,36% das vendas diretas das cooperativas. No mesmo período do ano anterior, sua participação foi de apenas 0,01%. (OCB)