ANÁLISE: Preços dos produtos agrícolas em alta

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O mercado global de produtos agrícolas volta a emitir sinais de valorização das cotações em geral. Os preços estão no alto e tendem a continuar em alta. Quatro forças atuam nessa direção. Primeira: expansão do consumo global, puxado pela Ásia, endereço de dois terços da humanidade. Segunda: quebras de safras na própria Ásia, onde os caprichos do clima costumam dar carona aos ataques da praga. Terceira: deslocamento crescente de estoques e de colheitas para a produção de biodiesel e de etanol, encarecendo a panela do povo. O trigo, por exemplo, acaba de emplacar a mais alta cotação da história em tempos de paz. Quarta explicação: atuação cada vez mais ousada dos fundos de commodities agrícolas e minerais, inflacionando umas e outras em sua transposição de ativos financeiros, com juros em baixa, para ativos reais, com preços em alta. Esses fundos têm poder de manobra: eles movimentam perto de US$ 2 trilhões na especulação com petróleo, minérios, metais e alimentos. Nessa areia movediça global, o Brasil sai ganhando nas exportações revalorizadas e os brasileiros saem perdendo nas cotações inflacionadas. Nem tudo o que é bom para o produtor ou para o exportador é bom para o consumidor. Ano passado, a renda das lavouras e rebanhos cresceu 25% no campo e a panela do povo ficou 12% mais cara na cidade. (Neswletter Joelmir Betting)

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