BALANÇO 2007: Cooperativas do Paraná movimentam R$ 18,5 bilhões
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O aumento da produção de grãos, a alta nos preços das commodities agrícolas e o bom desempenho dos ramos crédito e saúde impulsionaram os resultados das cooperativas do Paraná, que tiveram um movimento de R$ 18,5 bilhões em 2007, recorde histórico para o setor. Em comparação a 2006, quando o valor movimentado foi de R$ 16,5 bilhões, houve um crescimento de 12%. Expansão também nas exportações das cooperativas, que devem fechar em US$ 1,1 bilhão, uma alta de 29% em relação ao ano passado. Mais produção e rentabilidade proporcionaram um aumento nos investimentos, que serão superiores a R$ 1 bilhão em 2007. "Tivemos um ano extremamente ativo e desafiante para as nossas 234 cooperativas, que evidenciaram mais uma vez o importante papel do setor na defesa socioeconômica dos 451 mil cooperados que as integram e na relevante função que desempenham no impulso ao desenvolvimento dos municípios e regiões do nosso estado", afirma o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. "Atuantes nas comunidades, as cooperativas têm um papel preponderante no suporte às ações econômicas dos cooperados, com forte atuação social e ambiental", destaca o dirigente.
Commodities agrícolas em alta - A safra 2006/2007 foi positiva, com crescimento de 22,7% na produção, que foi de 29,5 milhões de toneladas no Paraná. Mesmo sendo considerado normal para os padrões do estado, que é o maior produtor de grãos do Brasil, o desempenho da safra trouxe alento ao campo, castigado por dois anos de perdas causadas pela estiagem. "O bom volume de produção foi acompanhado pela forte elevação dos preços agrícolas, que tiveram uma alta média de 40%. Essa conjunção favorável contribuiu para o resultado recorde das cooperativas paranaenses", explica o superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken. "A utilização do milho para a fabricação de etanol nos Estados Unidos teve impacto em toda a cadeia econômica agrícola. O preço do milho subiu 52% e o da soja 41%", analisa. Também tiveram alta os preços do frango (30%), suínos (53%) e leite (32%), atividades para as quais o milho é um produto fundamental na alimentação dos animais. "O uso do milho como matriz energética nos Estados Unidos está tendo reflexos nos preços de inúmeros produtos, o que é bom para os produtores brasileiros", diz Ricken. A demanda crescente por milho fez as exportações dispararem no Brasil. No ano passado, o país exportou 3,9 milhões de toneladas de milho. Em 2007, os embarques vão totalizar cerca de 10,8 milhões de toneladas, uma alta de 176%. Além de milho, as cooperativas têm expressiva participação nas vendas externas de soja e frango, exportados para China, União Européia, Mercosul e países árabes.
Investimentos - A alta dos investimentos acompanha o crescimento da produção. "As cooperativas investiram principalmente nos setores avícola, suinocultura e leite, com novos complexos industriais, abatedouros, frigoríficos, laticínios e fábricas de ração. Também ocorreram fortes repasses para projetos de infra-estrutura e recebimento de grãos", indica Ricken. Segundo o presidente Koslovski, o planejamento estratégico do setor cooperativista do Paraná previa, de 2005 até 2010, investimentos da ordem de R$ 3,5 bilhões. "Nos últimos três anos as cooperativas investiram R$ 2,5 bilhões e estimamos que a meta inicial será superada", explica. "Os bons resultados e a movimentação recorde são parte de um processo muito amplo de desenvolvimento econômico e social. Neste ano, o setor deverá arrecadar em tributos e contribuição aos cofres públicos quase R$ 900 milhões. Atualmente, as cooperativas geram 51 mil empregos diretos e mais de 920 mil postos de trabalho", enfatiza.
Resultados sociais - De acordo com Koslovski, tão importante quanto os indicadores econômicos, são os resultados sociais e de desenvolvimento humano e autogestão. "O cooperativismo tem dado um impulso à qualificação e aprimoramento de cooperados, familiares e colaboradores. Em 2007, através do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop-PR), foram realizados mais de 2.900 eventos de educação e formação, que tiveram a participação 120 mil pessoas, com mais de 38 mil horas de treinamento", ressalta.
Ramos cooperativistas em crescimento - O ano que se encerra tem um saldo positivo e com inúmeras conquistas para cooperativismo. A diminuição dos juros nos créditos agrícolas, que caíram de 8,75% para 6,75% ao ano, uma constante reivindicação das cooperativas, foi bem recebida pelos produtores paranaenses. Como lembra o presidente da Ocepar, ocorreram avanços em vários ramos, com a manutenção da forte expansão nos segmentos de saúde e crédito. "As 67 cooperativas de crédito já administram mais de R$ 2 bilhões, agregando 302 mil cooperados. No ramo saúde, que se organiza de forma sistêmica, os serviços beneficiam mais de 1,050 milhão de pessoas", afirma.
Conquistas em 2007 - A ação política da Ocepar, com apoio da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), foi fundamental para a resolução de problemas decorrentes de dois anos de dificuldades vivenciadas pelo setor agropecuário. Entre as conquistas destacadas por Koslovski, a renegociação da parcela das dívidas da securitização, Pesa, Recoop e dos programas de investimentos do BNDES vencidas ou vincendas em 2007, com direito a bônus; a renegociação das parcelas das dívidas de custeio de safras anteriores para pagamento um ano após a última parcela prevista nos contratos e o aumento dos recursos do seguro rural e ampliação dos municípios amparados no Paraná, com elevação da produtividade média de referência para indenização. Também medidas importantes foram o aumento de recursos e limites para financiamento nas linhas de custeio e investimento a juros controlados para médios produtores e a redução das exigências para enquadramento das cooperativas de leite como beneficiárias do Pronaf.
Perspectivas para 2008 - Para o ano de 2008, a perspectiva do setor cooperativista é manter os índices de crescimento, atuando para resolver entraves de legislação e aprimorar a qualidade dos serviços, bem como a capacitação de cooperados e colaboradores. "As cooperativas dinamizam a economia local e regional, pois atuam praticamente em todos os municípios do Paraná. O cooperativismo é um aliado no desenvolvimento estadual, gerando empregos e distribuindo renda", conclui Koslovski.