BANCO CENTRAL: BC vê estabilidade na atividade econômica
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O aumento das importações e a desaceleração da produção industrial levaram a economia brasileira a manter relativa estabilidade em agosto quando comparada com o mês anterior. De acordo com o indicador do Banco Central (BC) que mede o desempenho da atividade no país, o IBC-Br, a atividade econômica ficou estável em agosto, em 139,12 pontos, diante de 139,13 pontos em julho, na série com ajuste sazonal.
Julho - Em julho a atividade econômica havia apresentado crescimento de 0,14% sobre junho, passando de 138,92 pontos para 139,13 pontos. Na média dos últimos três meses, entre junho e agosto, comparado com os três meses imediatamente anteriores (março a maio) o IBC-Br também se manteve praticamente no mesmo patamar (alta de 139,04 para 139,06 pontos).
Desempenho - Os dados do Banco Central mostram, portanto, que na margem, ou seja, nos últimos meses, a economia brasileira não apresenta expansão. Quando se compara o desempenho deste ano com o ano anterior, no entanto, fica claro que a atividade continua num ritmo de crescimento ainda elevado. Na comparação do índice de agosto em relação ao mesmo mês do ano anterior, o crescimento da atividade econômica é de 6,42%. No ano, o avanço corresponde a 9,11%. Na média dos últimos 12 meses encerrados em agosto, a elevação verificada é de 7,48%.
PIB - A estimativa da atividade econômica brasileira é feita mensalmente pelo BC com base em uma série de indicadores da economia e é vista pelo mercado como um bom indicador do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado não chega a surpreender o mercado, visto que os dados da produção industrial, indicador bastante relevante para avaliar o andamento da economia, também vieram bastante fracos no mês, com queda de 0,1% em agosto, de acordo com o IBGE.
Importações - Soma-se a isso, fruto da apreciação do real, uma aceleração das importações da ordem de 40% no ano, especialmente no segmento de bens de consumo, que vem substituindo os produtos nacionais. No primeiro semestre, as importações cresceram a uma taxa média mensal de 2%, ritmo bastante elevado, de acordo com dados da Funcex. Já em setembro, a expansão foi ainda maior, de 4%, aceleração significativa, segundo a economista Luiza Rodrigues, do Banco Santander. "A demanda continua forte, mas parte não trivial da demanda está sendo atendida por importação, o que tira pontos do PIB", disse.
Desaceleração - Segundo ela, o IBC-Br reforça a visão de que a economia desacelerou no terceiro trimestre em comparação com o trimestre anterior. Na visão do banco, o IBC-Br em setembro deve ter um desempenho semelhante ao de agosto, com avanço entre 0,1% e 0,2%, já que o quadro se mantém o mesmo, com a produção industrial ainda num ritmo mais lento. Assim, no acumulado entre julho e setembro, o PIB deve ter um crescimento da ordem de 0,6% na comparação com o segundo trimestre. (Valor Econômico)