BIOCOMBUSTÍVEIS: Ethanol Summit discute produção de biocombustíveis
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Começou nesta segunda-feira (04/06) pela manhã, em São Paulo, o Ethanol Summit, conferência que vai discutir fontes de energia e meio ambiente. A abertura do evento terá as presenças do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do presidente da República em exercício, José Alencar, e do presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia. “Biocombustíveis: uma nova estratégia para o planeta”, é o tema do primeiro painel, tendo como expositores o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, atual coordenador do Centro de Agronegócio da FGV (Fundação Getúlio Vargas), o ex-primeiro ministro da Espanha, Felipe Gonzalez , e o – Ex-primeiro-ministro da Espanha, e o corresponde da revista The Economist, Vijay Vaitheswaran, autor de “Power to the People”.
Experiências - O primeiro dia terá palestras sobre dois temas: biocombustíveis e a experiência do etanol no Brasil e nos Estados Unidos, além de cinco mesas temáticas. Também serão expositores o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o governador de São Paulo, José Serra, e o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar). Eduardo Pereira de Carvalho. Amanhã (05/06) os destaques são o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. O São Paulo Ethanol Summit 2007 acontece no World Trade Center, em São Paulo.
Mais espaço para cana-de-açúcar - Uma das discussões que deve permear a conferência é o espaço agrícola que precisa ser ocupado para a produção de etanol. O físico José Goldemberg, da Universidade de São Paulo, defensor da produção de biocombustíveis, afirmou que no Brasil ainda há muitas áreas no Brasil que são de pastagens degradadas e poderiam ser convertidas em plantações de cana, sem prejudicar outros ecossistemas ou levar a um desmatamento ainda mais acelerado da floresta amazônica. "A cana não cresce na Amazônia, por exemplo. E, dentro do próprio estado de São Paulo, temos milhões de hectares de pastagens degradadas que poderiam ser aproveitados para expandir o cultivo [sem desmatar mais]", argumenta. Como a atividade econômica nessas áreas de pastagem em mau estado é quase nula, seria relativamente simples convertê-las para o plantio de biocombustíveis.
Participação - Em artigo publicado na "Science", Goldemberg calculou que, se a área de cana-de-açúcar no planeta crescesse para 50 milhões de hectares - um aumento de 30 milhões de hectares em relação ao montante atual - seria possível substituir por etanol 10% da gasolina hoje consumida no mundo. Significa que a área reservada para a cana é de apenas 20 milhões de hectares. Para Paulo Gustavo do Prado Pereira, diretor de política ambiental da ONG Conservação Internacional, o raciocínio de Goldemberg, ao menos em princípio, está correto. Segundo ele, os dados mais recentes, de 2002, indicam que só o Brasil possui 227 milhões de hectares de pastagens. "As áreas de pastagens degradadas ainda não estão quantificadas com exatidão, mas certamente representam um espaço amplo para esse crescimento".